
Luque — A despedida dos Jogos Pan-Americanos Júnior de 2025, em Assunção, não serviu apenas para celebrar medalhas. A passagem do Brasil pelo Paraguai também reforçou a confiança da alta cúpula do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na corrida pela sede do Pan adulto de 2031. Com o projeto conjunto de Rio de Janeiro e Niterói, o país concorre com a capital paraguaia e viu de perto o evento juvenil servir como vitrine da capacidade organizacional.
Durante duas semanas, dirigentes brasileiros acompanharam o funcionamento da estrutura montada em Assunção. Ao mesmo tempo, abriram espaço para articulações políticas em torno da candidatura de Rio-Niterói. O presidente do COB, Marco La Porta, destacou a estada no país como decisiva para equilibrar o jogo para a escolha, marcada para outubro, em nova Assembleia Geral da PanAm Sports.
"Eu diria que chegamos aqui com 70% para o Paraguai e 30% para o Rio-Niterói. Hoje, vejo 50 a 50. Avançamos bastante nas conversas. A estrutura oferecida é muito boa para eventos desse porte, mas, para receber 7 mil atletas de um Pan adulto, é diferente. As arenas não têm tamanho apropriado. Nós não temos dúvida de que o Rio está mais bem preparado. Agora, é convencer quem vota", analisou o dirigente.
Trunfos em disputa
Assunção aposta no impacto do Pan Júnior como cartão de visitas. Os complexos do Comitê Olímpico Paraguaio (COP) e da Secretaria Nacional de Deportes (SND) receberam 42 modalidades, funcionando como palco principal do evento. A logística de deslocamentos, as arenas compactas e a organização foram bem avaliadas, além de investimentos em torno de US$ 80 milhões em infraestrutura. O discurso oficial ainda ressalta o legado prometido, com planos de construir uma autopista elevada e implementar um sistema ferroviário urbano até 2031.
Já o Brasil tem como trunfo a experiência. Rio de Janeiro sediou os Jogos Pan-Americanos de 2007 e os Jogos Olímpicos de 2016, enquanto Niterói surge como parceira estratégica na proposta. A candidatura defende a infraestrutura instalada no Rio, somada à capacidade hoteleira e ao transporte consolidado, como garantia de maior segurança para receber um evento de alta complexidade de organização.
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Confiança renovada
Além da disputa política, o desempenho esportivo também pesou no otimismo brasileiro. O Time Brasil se encaminha para encerrar o Pan Júnior na liderança do quadro de medalhas, com recorde de ouros e de vagas asseguradas para o Pan de Lima-2027. A engrenagem operacional montada pelo COB em Assunção foi elogiada por atletas e dirigentes, criando ambiente favorável para reforçar a candidatura.
Na avaliação da cúpula brasileira, o Pan Júnior ajudou a aproximar interlocutores e a reduzir a distância em relação ao Paraguai. Agora, a corrida pela edição de 2031 entra em uma nova fase. Entre a vitrine de Assunção e a bagagem de Rio-Niterói, o embate pela sede promete capítulos intensos até a decisão final da PanAm Sports.
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