FUTEBOL

Brasil é eliminado do Mundial Sub-20 e atualiza lista de vexames

Pressionada pelo empate com o México e pela derrota para Marrocos, Seleção é batida pela Espanha e cai pela primeira vez na fase de grupos

Atacante do Cruzeiro, Rhuan Gabriel não escondeu a frustração na derrota para a Espanha -  (crédito: Beto Noval/Estadão Conteúdo)
Atacante do Cruzeiro, Rhuan Gabriel não escondeu a frustração na derrota para a Espanha - (crédito: Beto Noval/Estadão Conteúdo)

Fora dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Eliminada por Israel nas quartas de final do Mundial Sub-20 de 2023. Humilhada pela Argentina com goleada sofrida por 6 x 0 no Sul-Americano. A lista de vexames da Seleção Brasileira nos últimos estágios da lapidação de novos talentos foi atualizada com a derrota por 1 x 0 para a Espanha, neste sábado (4/10), pela terceira e última rodada do Grupo C da atual edição do torneio Fifa. O resultado frustra novamente o sonho do hexa e dá ao país um choque de realidade com a primeira queda na fase classificatória da competição. 

O empate por 2 x 2 com o México e a derrota por 2 x 1 para Marrocos nas partidas anteriores aumentaram a pressão sobre a Seleção Brasileira. Era necessário vencer para ter grandes chances de classificação. O empate serviria, mas com uma combinação de resultados de outras chaves para avançar entre um dos quatro melhores terceiros colocados. Os mexicanos venceram os marroquinos por 1 x 0. 

A Seleção Brasileira encerra a campanha do Mundial Sub-20 do Chile na lanterna, com o ponto somado no empate por 2 x 2 com o México. O Marrocos avançou na liderança da chave, seguido do México. A Espanha aguarda o desfecho dos grupos D, E e F para saber se seguirá no torneio.

Há uma ironia na eliminação da Seleção Brasileira diante da Espanha. Menos de um mês atrás, o Flamengo faturou o título intercontinental sub-20 sobre o Barcelona. O segundo ouro olímpico da história do país, em Tóquio-2020, foi contra os espanhóis. Dois dos cinco troféus no Mundial da categoria foram erguidos contra La Roja. 

"Todos estamos muito tristes. É difícil falar em um momento como este. Foi a primeira vez que saímos na primeira fase, de seis competições disputadas. O torcedor fica triste, chateado, mas, às vezes, não entende todo o contexto, a dificuldade. É pouco tempo para trabalhar, treinar. Tem atletas aqui que se vocês fizerem um levantamento da última vez que todos jogaram 90 minutos ou começaram jogando, verá que é uma minutagem muito baixa. Corremos riscos. É levantar a cabeça", discursou o técnico Ramon Menezes à transmissão oficial. 

Ramon Menezes não teve à disposição nenhuma das grandes estrelas abaixo dos 20 anos. O regulamento permitiria, por exemplo, os desfiles de Endrick (Real Madrid), Estêvão (Chelsea), Vitor Roque (Palmeiras) e Rayan (Vasco). Os nomes mais conhecidos da lista de 21 jogadores eram os de Wesley (ex-Corinthians e atual Al-Nassr, da Arábia Saudita) e Luighi (Palmeiras). 

Campeão em 1983, 1985, 1993, 2003 e 2011, a Seleção Brasileira completará 14 anos de jejum. O último troféu erguido teve a mentoria de Ney Franco. Ele tinha à disposição Danilo na lateral, Casemiro como volante, Philippe Coutinho e Oscar como articuladores e Willian José como referência no ataque. Curiosamente, naquela campanha, a Amarelinha despachou a Espanha nos pênaltis nas quartas de final e México na semi. 

A sucessão de decepções da Seleção Brasileira Sub-20 torna quase insustentável a pressão sobre o técnico Ramon Menezes. Ele foi respaldado pelo tetracampeão Branco, coordenador da base da CBF desde 2018. Agora, há um porém: a mudança de presidente da entidade. Ramon foi mantido no cargo na gestão de Ednaldo Rodrigues e alçado a interino da equipe principal após a Copa do Mundo: três jogos e duas derrotas, para Senegal e Marrocos. 

Com Ramon Menezes, a Seleção Sub-20 disputou 40 jogos, venceu 24, empatou oito e perdeu oito. São 81 gols marcados e 40 sofridos. 

O jogo contra a Espanha ofereceu chances ao Brasil, porém desperdiçadas. No primeiro tempo, Luighi recebeu boa bola na área, mas pecou ao dominar e permitir a recuperação dos zagueiros. O palmeirense chegou a abrir o placar, mas estava em posição irregular. O DNA de toque de bola deixou a marcação verde-amarela confusa e complicou o sistema 4-4-2 de Ramon Menezes. As linhas espaçadas e sem cobertura foram aproveitadas pela La Roja aos dois minutos da etapa final, com Iker Bravo.

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postado em 04/10/2025 18:58 / atualizado em 04/10/2025 19:04
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