A 205 dias do início da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira se despede de 2025 com sintomas de bipolaridade. Leva o torcedor à euforia em um jogo e o deprime no outro sob o comando de Carlo Ancelotti. Jogou mal contra o Equador e bem diante do Paraguai. Foi convincente diante do Chile e irreconhecível na altitude diante da Bolívia. Encantou na goleada sobre a Coreia do Sul e teve recaída na derrota para o Japão. Empolgou ao vencer Senegal e deixou preocupações no empate por 1 x 1 com a Tunísia nesta terça-feira, na Decathlon Arena, em Lille, na antepenúltima partida antes da última convocação.
Classificado para a Copa de 2026 e cabeça de chave no sorteio de 5 de dezembro, em Washington, o Brasil saiu atrás no duelo com a seleção africana. O gol nasce em um erro do lateral-direito Wesley no domínio da bola. Escalado no lugar de Éder Militão, deslocado para a zaga ao lado de Marquinhos por causa da lesão de Gabriel Magalhães, o jogador da Roma viu Saad roubar-lhe a bola. Abdi aproveitou e serviu Mastouri com um belo lançamento em diagonal. O camisa 9 dominou a bola e finalizou com segurança para abrir o placar diante de um goleiro Bento tão inseguro quanto Wesley durante todo o primeiro tempo.
Excessivamente vertical, o Brasil partiu em busca do empate apostando na intensidade, na pressão, na troca de posições do quarteto formado por Estêvão, Vinicius Junior, Rodygo e Matheus Cunha, mas tinha dificuldade para invadir para evolver a defesa da Tunísia e abusava dos chutes descalibrados de fora da área. Na recomposição, tinha dificuldade para cercar a Tunísia e cometia faltas. Algumas delas desleais. Wesley escapou de ser expulso.
O gol de empate tem a colaboração da arbitragem. O juiz francês Jérôme Brisard viu pênalti dentro da área em uma cobrança de escanteio. Estêvão pegou a bola, deslocou o goleiro e acertou o ângulo direito na batida perfeita para marcar pelas quinta vez em 11 jogos com a camisa da Seleção principal. Ele é o artilheiro disparado da era Carlo Ancelotti.
O roteiro do Brasil se repetiu no segundo tempo. A intensidade, a velocidade e o perde pressiona deram lugar a um ritmo cadenciado. O buraco entre a defesa e o ataque voltou a aparecer mostrando a descompactação da Seleção no posicionamento defensivo.
Carlo Ancelotti tirou Wesley e colocou Danilo na lateral direita. Sacou Matheus Cunha para dar oportunidade a Vitor Roque. O atacante sofreu pênalti polêmico marcado pelo árbitro francês com convicção. Lucas Paquetá, que havia substituído Bruno Guimarães, assumiu a responsabilidade e isolou a possibilidade de virar a partida. Ele também havia errado uma cobrança na Copa América diante do Paraguai na Copa América de 2024. A Tunísia quase marcou e Estêvão acertou a trave na última tentativa de virar o placar.
Depois da despedida melancólica, o Brasil fecha para balanço por três meses e voltará a campo contra a França e a Croácia, em março, nos últimos testes antes do anúncio da lista final para a Copa de 2026. Nesta terça-feira, a Fifa confirmou que as seleções poderão chamar no mínimo 23 e no máximo 26 jogadores para a primeira edição do Mundial com 48 seleções. A Copa começa em 11 de junho e tem final agendada para 19 de julho.
BRASIL 1 X 1 TUNÍSIA
- BRASIL: Bento, Wesley (Danilo), Éder Militão (Fabrício Bruno), Marquinhos e Caio Henrique; Casemiro (Fabinho) e Bruno Guimarães (Lucas Paquetá); Estêvão, Matheus Cunha (Vitor Roque), Vini Jr e Rodrygo (Luiz Henrique). Técnico: Carlo Ancelotti.
- TUNÍSIA: Dahmen; Valery, Meriah, Bronn, Talbi e Abdi (Ben Ouanes); Skhiri; Sassii, e Hannibal (Chaouat); Saad (Achouri) e Mastouri (Gharbi). Técnico: Sami Trabelsi.
- GOLS: Mastouri, aos 22, e Estevâo, aos 43 do 1ºT.
- ÁRBITRO: Jérome Brisard (França).
- CARTÕES AMARELOS: Wesley e Abdi.
- PÚBLICO E RENDA: Não disponíveis.
- LOCAL: Decathlon Arena, em Lille, na França.
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