Racismo

Leila Barros visita Escola Nossa Senhora de Fátima após caso de racismo

A senadora esteve na Escola Nossa Senhora de Fátima, na tarde desta terça-feira (16/04), junto àos ex-atletas Iziane Castro e Athirson Mazzoli para demonstrar solidariedade aos alunos

Correio Braziliense
postado em 16/04/2024 17:32 / atualizado em 16/04/2024 17:47
Senadora fala com estudantes da Escola Fátima -  (crédito: Divulgação)
Senadora fala com estudantes da Escola Fátima - (crédito: Divulgação)

Por Henrique Sucena

A senadora Leila Barros (PDT-DF) visitou, na tarde desta terça-feira (16/04), a Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima para fazer uma palestra para os alunos, após jogadores da equipe de futebol de salão da instituição terem sido vítimas de ofensas racistas de torcedores adversários e alunos do Colégio Galois em um jogo pelo Torneio da Liga das Escolas, no dia 2 de abril.

Além da senadora, a Secretária Nacional de Esportes de Alto Desempenho Iziane Castro e o Secretário Nacional de Futebol e Defesa do Torcedor Athirson Mazzoli também estiveram presentes, representando o Ministério dos Esportes, uma vez que o ministro André Fufuca não pode comparecer.

Leila ressaltou que o grande propósito da visita foi transmitir solidariedade aos alunos e passar uma mensagem positiva, ligando o caso a seu próprio começo no esporte. Nascida em Taguatinga e filha de empregada, a ex-jogadora de vôlei relatou também ter ouvido ofensas sobre seu contexto socioeconômico em jogos escolares. Em resposta ao caso, a senadora fará, ainda terça-feira, uma proposta de voto de solidariedade, que será lida em plenário.

Ex-jogadora de basquete, Iziane repudiou o ato ocorrido e ressaltou a importância de continuar combatendo o racismo de dentro do ministério. “Nosso principal objetivo é justamente demonstrar que enquanto Ministério dos Esportes nós não estamos alheios aos acontecimentos como esse. Estamos combatendo as atitudes racistas que vem acontecendo dentro do sistema esportivo brasileiro, que atitudes como essa não passarão e vamos continuar nosso sistema de educação para que as pessoas entendam que isso não será tolerado mais na sociedade”, disse a Secretária.

“Eu, especificamente, como uma mulher preta que nasceu pobre, hoje dentro de uma pasta de alto rendimento dos esportes do Brasil, entendo perfeitamente o que é passar por um preconceito, tanto socioeconômico quanto racial. Enquanto essa menina que cresceu com esse estigma, eu também gostaria de estar aqui para que esses meninos entendessem que não somos aquilo que as pessoas dizem que somos”, completou Iziane Castro.

Também presente no evento e representante do futebol dentro do Ministério, Athirson exaltou o trabalho sendo feito no combate ao racismo e a importância dos três ex-atletas estarem presentes com os alunos no colégio para compartilhar suas vivências e a importância do esporte e da educação caminharem lado a lado para alcançar a inclusão social.

“No Ministério do Esporte a gente tem lutado muito para conscientizar cada vez mais as situações que vem acontecendo. Nosso ministro, André Fufuca, tem essa preocupação de fazer com que a gente realize essa luta, porque não é só aqui no Brasil que está tendo, tem vários jogadores no exterior que vêm sendo atacados e a gente, através da pasta do esporte, bate para fazer com que isso diminua”. disse o ex-jogador de futebol.

Defesa

No último dia 13 de abril, a diretora-presidente do Colégio Galois, de Brasília, Dulcineia Marques, gravou um vídeo em repúdio ao episódio de racismo ocorrido durante uma partida de futebol de salão do Torneio da Liga das Escolas, em 2 de abril, na escola. Na ocasião, os estudantes do ensino médio do Galois, instituição anfitriã do jogo, teriam ofendido os atletas do time adversário, da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, com termos como “macaco”, “filho de empregada” e “pobrinho”.

Em um vídeo publicado no perfil oficial do Galois, na noite deste sábado, a diretora diz lamentar o fato e que tomará as medidas pedagógicas, educacionais e de direitos em desfavor dos alunos responsáveis pelos ataques racistas. “Queremos deixar claro que o colégio, há 28 anos, trabalha a excelência cognitiva atrelada aos valores morais. Não só afirmamos os valores, mas vivemos esses valores aqui dentro e além deles os espirituais. Queremos pedir a vocês, do Colégio Nossa Senhora de Fátima, especialmente a vocês alunos do esporte, e também pedir a vocês, pais, nossos parceiros, que confiam em nós e nos conhecem”, declarou.

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