Infraestrutura

Bibliotecas públicas da capital dos concursos são colocadas à prova

Concurseiros encaram o desafio de encontrar um ambiente favorável aos estudos em locais disponibilizados pelo governo para essa finalidade, mas que nem sempre estão bem equipadas ou com livros atualizados

Correio Braziliense
postado em 04/03/2024 05:00
estudante Cristina Amaral na biblioteca pública do Cruzeiro -  (crédito: Fotos: Alessandro de Oliveira/da/cb press)
estudante Cristina Amaral na biblioteca pública do Cruzeiro - (crédito: Fotos: Alessandro de Oliveira/da/cb press)
int(12)

Muitos candidatos a concursos públicos, por considerarem ter limitações em casa, optam por estudar em bibliotecas públicas. Contudo, como o Correio apurou, nem todas estão devidamente preparadas, na opinião de vários desses usuários.

O DF, de acordo com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, conta com 24 desses estabelecimentos. Segundo dados da pasta, em 2023, mais de 400 mil pessoas utilizaram as instalações.

Jeferson Bogo, 47 anos, professor em uma escola preparatória para concursos, confirma o porquê de alguns alunos quererem utilizar bibliotecas. "O barulho dos familiares, dos vizinhos atrapalha a concentração. E há muitas distrações, como televisão, celular. Na biblioteca, ela vai conseguir encontrar um ambiente favorável para os estudos", disse ele, que considera haver nesses locais ambientes motivadores para os estudantes se empenharem no aprendizado.

"Eu realmente não vejo (no DF) bibliotecas com um ambiente para os estudos, condição que eu considero de grande importância. Além disso, o acesso à internet é fundamental. As pessoas têm celulares, mas muitas não possuem um plano necessário para acessar conteúdos na web", acrescentou o docente.

No ano passado, a Biblioteca Nacional de Brasília ofereceu cursos para os servidores das bibliotecas públicas regionais. O objetivo da iniciativa era atualizar os conhecimentos desses profissionais com cuidados e adequação dos livros, além de aprimorá-los sobre o trabalho em outros serviços que prestam. Porém, como consideram o professor Bogo e outros frequentadores desses espaços no Distrito Federal, é necessário fazer bem mais para que efetivamente a comunidade seja atendida a contento.

Experiência

Rubens Santos, 32, utiliza a biblioteca pública de Samambaia, que considera deficitária. "O acervo (dos livros) para concurso deveria ser atualizado. E acredito que precisamos de um acesso mais rápido à internet", reclamou. O concurseiro listou o que deveria ser melhorado. "O local, apesar de ser espaçoso, deixa a desejar por haver barulho. E o teto, por ser coberto com isopor, em dias quentes, faz aumentar a temperatura, e o ambiente fica praticamente impossível para o estudo. Não existe ar-condicionado e os banheiros precisam de reformas. Sempre algum deles está interditado", lamentou.

Os estudos da advogada Cristina Amaral, 38, são feitos em uma área adaptada para servir como biblioteca, dentro da Administração Regional do Cruzeiro. "Está muito precária. Os livros, em condições ruins, e muitos deles guardados em sacos de lixo. Nem todas as cadeiras são boas. E as tomadas não funcionam bem, há até avisos para elas nem serem utilizadas. A fiação do ar-condicionado pegou fogo faz duas semanas", relatou.

Mas, se há contras, também há prós. Cristina se diz satisfeita por haver câmeras com reconhecimento facial. Isso, para ela, aumenta a sensação de segurança de quem vai ao edifício da sede da região administrativa. E, mesmo, com falhas na estrutura elétrica, a advogada se mostrou satisfeita com a infraestrutura e a manutenção do ambiente. "A biblioteca possui baias para estudos e computadores com acesso à internet", contou.

A estudante de concurso Isabel Pereira, 42, moradora de Arniqueiras, também se diz satisfeita com o espaço que frequenta no Guará. "A biblioteca possui computadores com acesso à Internet, o que facilita muito o estudo. O ambiente é limpo e tranquilo e os livros estão atualizados", relatou. Mesmo se sentindo bem atendida, entretanto, Isabel sugeriu algumas providências para melhorias. "O ambiente precisa de um ar-condicionado e a sala de estudos necessita ser ampliada", opinou.

*Por Alessandro de Oliveira, estagiário sob a supervisão de Manoel Martinez

 

Bibliotecas públicas

BIBLIOTECA NACIONAL DE BRASÍLIA
Setor Cultural Sul, lote 2, Edifício da Biblioteca Nacional
De segunda a sexta-feira: das 8h às 20h, aos sábados e domingos: das 8h às
14h

BIBLIOTECA PÚBLICA DE BRASÍLIA
EQS 312 / 313 — Asa Sul
De segunda a sexta, das 7h30 às 18h; e sábado, de 7h30 às 13h30. 

BIBLIOTECA DE ARTES DE BRASÍLIA – ETHEL DE OLIVEIRA DORNAS

Administrada pelo Espaço Cultural Renato Russo (ECRR)

CRS 508 Bloco A Loja 72
De terça a sexta, das 10h as 20h; sábado, das 13h as 19h

 

BIBLIOTECA GERIDAS PELAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS

 

ÁGUAS CLARAS

Praça Coruja – R. Ipê Amarelo, 1 – Águas Claras, Brasília – DF, 71936-500

De segunda a sexta, das 8h às 21h

CANDANGOLÂNDIA
Rua dos Transportes – Área Especial nº 01
De Segunda a sexta das 8h às 22h

CEILÂNDIA
QNN 23, Área Especial s/n°., Módulo B, Ceilândia Norte

De segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 22h; aos sábados, das 8h às 12h

CRUZEIRO
Administração Regional do Cruzeiro – Área Especial H Lote 08
De segunda a sexta, das 7h às 22h

GAMA
Salão de Múltiplas Funções, Setor Central, Praça 2,
De segunda a sexta-feira de 8h às 21h45; aos sábados, de 8h às 12h.

GUARÁ
Área Especial do CAVE Casa da Cultura
De segunda a sexta-feira, das 8 às 18hs 

ITAPOÃ
Quadra 61, Área Especial, Del Lago
De segunda à sexta-feira, das 9h às 12h e 14h às 17h
 

NÚCLEO BANDEIRANTE
Praça Padre Roque, 3ª Avenida
De segunda a sexta, das 8h às 22h; Sábados, das 8h às 12h
 

PARANOÁ
Praça Central, lote 01, Área Especial nº 1
Segunda a sexta das 9h às 12h e de 14h às 17h 

RECANTO DAS EMAS
Quadra 805 AE
De segunda a sexta das 8h às 12h e das 14h às 18h
Quadra 302 Lote 06 Avenida Recanto das Emas
De segunda a sexta, das 8h às 12h e das14h às 18h 

RIACHO FUNDO I
Área Central 03, Lote 05
De segunda a sexta das 8h às 18h
 

SANTA MARIA NORTE
EQ 215/315, Lote A (ao lado do CAIC)
De segunda a sexta das 8h às 19h
 

SANTA MARIA SUL
EQ 204, lote 02 – Salão Comunitário
De segunda a sexta, das 8h às 12h / 14h às 18h
 

SÃO SEBASTIÃO
Quadra 101 Área Especial – Residencial Oeste
De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h 

SOBRADINHO I
Área Reservada 05, Quadra 08
De segunda a sexta, das 8h às 22h 

SOBRADINHO II
Área Especial Avenida Central, Conjunto 16- Lote 03 (Ao lado da Universal)
De segunda a sexta, das 8h às 22h e sábados, das 8h às 12h
 

SAMAMBAIA
QR 407, Conjunto G, Lote 01 (ao lado do Cilsan)
De segunda a sexta, das 8h às 19h e aos sábados, das 8h às 12h 

TAGUATINGA
CNB 01 Área Especial
De segunda a sexta, das 8h às 22h e aos sábado, das 8h às 13h 

VICENTE PIRES
Rua 4 A, Travessa 04, Área Especial Setor Habitacional – Vicente Pires
De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 18h
 

 

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação