As provas objetivas da segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) foram aplicadas neste domingo (5/10). Com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) assumindo a organização da avaliação, candidatos e professores que analisaram o conteúdo notaram diferenças em relação ao conteúdo do ano passado.
A extensão da prova foi o grande desafio deste ano. De acordo com educadores, quem se concentrou e dedicou tempo à leitura dos enunciados, fez uma boa prova. A divisão entre os dias de avaliação objetiva e discursiva também foi ponto de destaque.
O Correio ouviu três professores que analisaram as questões e a estrutura da prova.
Erick Alves (Direção Concursos):
Para Alves, a edição 2025 do CNU exigiu mais atenção aos detalhes, como é característico da banca. “A FGV cobrou bastante as legislações previstas no edital, mas sempre embasando situações hipotéticas, contextualizando as questões, e isso torna a análise um pouquinho mais complicada”, afirma.
A administração do tempo é essencial para esse tipo de avaliação, segundo o professor. “O candidato que conseguiu dosar bem o tempo de prova, imagino que ele tenha saído melhor”, aponta. “Não foi uma prova fora do que poderíamos imaginar para um concurso desse porte”.
Carlinhos Costa (Os Pedagógicos):
O professor classificou a prova como “longa e cansativa”. Ele aponta que inteligência artificial, digitalização dos serviços e análise de políticas públicas estiveram entre os temas centrais.
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“Muitas questões estavam ligadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), à Lei de Acesso à Informação (LAI) e processos digitais”, afirma. “A prova exigiu conhecimentos que, com certeza, vão favorecer um bom servidor que entrará, em breve, no serviço público federal”.
Eduardo Cambuy (Gran Cursos):
Para Eduardo, os conteúdos da prova seguiram o que estava previsto no edital. “Acreditávamos que houvesse uma proporcionalidade em relação às matérias de cada eixo, e isso realmente aconteceu”, destaca. “As matérias mais densas com mais questões, as menos densas com menos questões, e os eixos mais tranquilos estavam equilibrados”.
O professor também observa que a divisão entre os dias de prova beneficia os candidatos e o poder público. “Isso reduz os custos da prova, melhora a logística e diminui a locação de salas com contratação de fiscais”, declara. “Para o candidato, é excelente porque ele ganhou quatro meses de dedicação exclusiva para os conhecimentos objetivos da prova e, agora, ele terá dois meses de dedicação à prova discursiva”.
