A etapa discursiva da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2), marcada para 7 de dezembro, mobiliza candidatos de todo o país. No total, 42.499 candidatos aprovados na prova objetiva estão convocados para participar da segunda fase.
Os cartões de confirmação de inscrição da segunda fase da seleção, que entre outras coisas, informa onde cada candidato fará a prova discursiva, foram divulgados em 1º de dezembro. O acesso ao documento deve ser feito pelo site oficial da seleção.
Os textos devem ter até 30 linhas e serão avaliados com base em conhecimentos específicos e domínio da Língua Portuguesa — este último correspondendo a 50% da nota para nível superior e 100% para nível intermediário.
Ao Correio, o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, listou os assuntos mais prováveis de serem cobrados na redação dos dois blocos voltados para cargos de ensino médio.
Bloco Temático 8: Intermediário – Saúde
No eixo da saúde, os temas considerados mais prováveis, segundo o docente, refletem crises recentes e debates estruturais do setor. Um dos assuntos mais cotados é o das doenças emergentes e reemergentes, com destaque para dengue, zika e chikungunya. De acordo com Bezerra, a recorrência de surtos no país coloca em evidência a importância da vigilância epidemiológica e de ações governamentais integradas.
A gestão interna do Sistema Único de Saúde (SUS) também surge como pauta recorrente, na visão do especialista. "A redução da fila de cirurgias eletivas, agravada no período pós-pandemia, permanece como um dos gargalos mais discutidos na saúde pública", justifica o professor.
Outro eixo em ascensão é o da telemedicina e da saúde digital, impulsionado pela expansão tecnológica após a pandemia. De acordo com Bezerra, o tema abre espaço para reflexões sobre equidade no acesso, infraestrutura e regulamentação.
Pautas clássicas da saúde pública seguem relevantes. A queda da cobertura vacinal e o risco de retorno de doenças antes erradicadas estão entre as apostas do especialista.
Bezerra ainda pontua que a saúde mental no pós-pandemia ganha força com a crescente demanda por serviços psicossociais e a valorização dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). Por fim, a mortalidade materna, associada a desigualdades regionais e socioeconômicas também tem chances de serem o tema da redação.
Bloco Temático 9: Intermediário – Regulação
No campo regulatório, o professor pontua temas de impacto nacional e internacional. A regulação de plataformas digitais e o combate à desinformação figura entre os assuntos mais atuais, envolvendo diretamente a atuação da Anatel e levantando discussões sobre segurança digital, transparência e responsabilização.
A transição para uma matriz energética mais limpa também está no radar, segundo o especialista, principalmente com a expansão das fontes renováveis e o papel da da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na regulação do setor. No mesmo eixo de infraestrutura, o saneamento básico e o novo marco regulatório reforçam a centralidade da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no processo de universalização e melhoria dos serviços, ressalta Bezerra.
No setor de transportes, dois temas ganham destaque: a regulação do transporte rodoviário e a segurança viária, sob responsabilidade da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e as crises na aviação civil, que têm colocado a atuação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em evidência diante de atrasos, cancelamentos e aumento da demanda por voos.
Entre os assuntos tecnológicos, o especialista cita a expansão do 5G e seus desafios para a inclusão digital evidenciam o papel regulador da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Já a regulação de medicamentos e a vigilância sanitária, conduzida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seguem no centro do debate após a visibilidade adquirida no contexto da pandemia.
O que pode e que não pode no dia da prova?
O MGI reforça que os candidatos devem estar atentos às instruções para a etapa discursiva. As provas ocorrerão das 13h às 16h para cargos de nível superior e das 13h às 15h para nível intermediário. Os portões serão fechados rigorosamente às 12h30, horário de Brasília.
Os participantes devem portar documento oficial de identificação com foto, físico ou digital, e caneta esferográfica azul ou preta, de material transparente. Não serão aceitos documentos ilegíveis, cópias ou capturas de tela.
Entre os procedimentos de segurança estão a coleta de impressão digital, a realização de exame grafológico e a conferência da foto no documento apresentado. O uso de celulares, smartwatches ou qualquer aparelho eletrônico é proibido; todos devem permanecer lacrados em envelope fornecido pela fiscalização. O caderno de questões poderá ser levado apenas nos últimos 60 minutos de prova.
A realização do CPNU 2 contará ainda com uma operação nacional de segurança articulada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), com integração das forças estaduais, do Distrito Federal e da Abin.
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