Fortaleza (CE) - A 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar chegou ao fim nesta sexta-feira (19/9). O encontro, que aconteceu em Fortaleza (CE), reuniu autoridades brasileiras e delegações de 80 países para trocar experiências e firmar compromissos. A principal meta é alcançar mais 150 milhões de crianças no mundo com a alimentação escolar saudável.
A diretora da Divisão de Programas Escolares do Programa Mundial de Alimentos, Carmen Burbano, destacou à imprensa que o Brasil é uma inspiração, pois tem o maior programa de alimentação escolar do mundo. "Os países colaboram uns com os outros, aprendem uns com os outros e se inspiram uns nos outros. O exemplo do Brasil é um dos mais inspiradores. Por isso, também estamos muito felizes por estar aqui, porque o programa brasileiro é provavelmente o melhor programa do mundo. E trazer tantos países aqui para aprender com o que o governo brasileiro fez, o que os estados fizeram, o que as comunidades estão fazendo, está inspirando muitos outros países no mundo", destacou.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) garante refeições diárias a quase 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas brasileiras, somando 50 milhões de refeições por dia, um investimento anual de R$ 5,5 bilhões.
O governo federal destaca que o Pnae contribuiu para a saída do Brasil do Mapa da Fome, aliado a outras políticas públicas de combate à insegurança alimentar e promoção da cidadania.
A Coalizão para a Alimentação Escolar é uma rede colaborativa que inclui 108 governos-membros, 144 organizações parceiras e seis órgãos regionais unidos para garantir que todas as crianças tenham acesso a refeições saudáveis e nutritivas nas escolas. O Brasil é copresidente da Coalizão, ao lado da França e da Finlândia.
O ministro da Educação, Camilo Santana, celebrou o resultado da cúpula global. "O coração fica cheio de esperança quando conseguimos juntar pessoas de todo canto, de países tão distintos, para reforçar que comida boa na mesa dos estudantes também é qualidade de aprendizagem e enfrentamento da fome em todo o mundo”, disse.
Desde a última cúpula, realizada em 2023 em Paris, 23 novos membros e organismos regionais aderiram à Coalizão para Alimentação Escolar. Os novos estados-membros são: Belize, Djibouti, Geórgia, Gana, Guiné-Bissau, Iêmen, Indonésia, Irlanda, Jordânia, República Quirguiz, República Democrática Popular do Laos, Paraguai, República da Coreia, São Cristóvão e Neves, Santa Lúcia, Eslovênia, Trinidad e Tobago, Uganda e Uruguai, além de organismos regionais como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Organização dos Estados do Caribe Oriental (OECO) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Relatório apresentado na cúpula apontou que cerca de 466 milhões de crianças recebem refeições escolares, quase 80 milhões a mais do que há quatro anos. O levantamento também mostrou expansão em países de baixa renda, com crescimento de quase 60% na cobertura nos últimos dois anos, e destaca o salto do continente africano, que adicionou 20 milhões de crianças atendidas — com países como Etiópia, Quênia, Madagascar e Ruanda ampliando seus programas entre 1,5 e 6 vezes. Outro destaque são novos programas nacionais, como no Canadá, na Indonésia e na Ucrânia.
