ENEM 2025

ENEM 2025: estudante que "adivinhou" questões da prova diz que não agiu de má-fé

Edcley Teixeira, alvo da PF após antecipar perguntas em live, afirma que não agiu de ‘má-fé’ na prática que chamou de ‘publicidade infeliz’

Raphaela Peixoto
postado em 24/11/2025 10:43 / atualizado em 24/11/2025 10:44
Edcley, que reside em Sobral, no Ceará, admitiu ter pago alunos para memorizar e repassar as perguntas do que ele desconfiou ser um pré-teste do MEC -  (crédito: Reprodução/TV Globo)
Edcley, que reside em Sobral, no Ceará, admitiu ter pago alunos para memorizar e repassar as perguntas do que ele desconfiou ser um pré-teste do MEC - (crédito: Reprodução/TV Globo)

Em meio à investigação da Polícia Federal (PF) e à anulação de três questões do Enem 2025 pelo Ministério da Educação (MEC), o estudante de Medicina Edcley Teixeira justificou a obtenção de perguntas de pré-testes afirmando que a prática não violava regras oficiais.

Edcley, que reside em Sobral, no Ceará, admitiu ter pago alunos para memorizar e repassar as perguntas do que ele desconfiou ser um pré-teste do MEC. No entanto, durante entrevista ao Fantástico, o estudante negou ter agido com "má-fé".

O universitário do quarto ano de Medicina afirmou que o método, que ele classificou como uma "forma de publicidade que hoje eu considero infeliz", não era ilegal, uma vez que "não existia nenhum termo de compromisso, não existia nenhum termo de sigilo, não existia nem um edital".

Entenda o caso

O escândalo veio à tona após a imprensa revelar que Edcley, que também ministra cursos online preparatórios para o Enem, havia antecipado perguntas "extremamente parecidas" com as que foram incluídas na prova oficial aplicadas em 16 de novembro.

As questões anuladas pelo MEC estavam presentes no Prêmio Capes Talento Universitário, um concurso promovido pelo MEC do qual Edcley participou em 2024. Ele afirmou ter desconfiado que essa prova pudesse ser um "tipo de pré-teste".

Ao Fantástico, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou que o prêmio serve como laboratório para validar perguntas que podem ou não cair no Enem. Esses pré-testes são aplicados em estudantes para calibrar os itens.

A investigação mostrou que Edcley pagava R$ 10 por cada pergunta de pré-teste repassada a ele, solicitando detalhes de "até dez questões" por meio de mensagens. A Polícia Federal apreendeu o celular, o computador e documentos de Edcley Teixeira na manhã deste sábado (23/11) para dar seguimento à investigação. Apesar do ocorrido, o Ministro da Educação, Camilo Santana, garantiu que o Enem 2025 não será anulado.

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