postado em 13/04/2025 06:00 / atualizado em 13/04/2025 06:00
Erick Alves (D), 18 anos, recebeu o certificado do Projeto Conectados pelo professor Alisson Ramos (E) - (crédito: Divulgação)
No setor de tecnologia, uma das áreas que mais cresce no Brasil e no mundo, programas têm aberto caminhos para jovens em busca de formação e oportunidades. Um deles é a Fundação CDL, que, desde 2020, capacita jovens da periferia e em situação de vulnerabilidade social, em especial, aqueles vindos de abrigos e instituições de acolhimento.
O Projeto Conectados ensina informática básica, montagem e desmontagem de computadores e, a partir deste ano, passará a incluir também um módulo de audiovisual. “Estamos ampliando o currículo com aulas de audiovisual porque enxergamos aí mais uma chance de inserção profissional para esses jovens. Eles terão acesso ao estúdio da CDL, onde vão aprender sobre gravação, edição e criação de podcasts”, explica Andrea Vasquez, presidente da Fundação.
Erick Alves de Lacerda, 18 anos, um dos participantes do curso, vê na capacitação uma oportunidade de crescer profissionalmente. “Gostei muito do curso, foi uma experiência muito boa. Eu faria de novo se tivesse a oportunidade, por causa da manutenção que eu sempre gostei de fazer. O certificado também ensina, de graça, coisas que outras pessoas não ensinariam, além de preparar a gente para o mercado de trabalho”, conta, destacando a importância do acesso gratuito.
O professor Alisson Ramos, 38, responsável pelo projeto, conta que tudo começou com um trabalho de manutenção de computadores em uma instituição da Estrutural. A partir disso, surgiu a ideia de capacitar os próprios jovens para realizarem esse serviço e, assim, prepararem-se para o mercado. “O meu objetivo sempre foi profissionalizá-los, principalmente, para o primeiro emprego”, afirma o docente.
A certificação da primeira etapa do curso de montagem e configuração de computadores ocorreu no último dia 3 de abril, na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-DF), no SIA. Os alunos tiveram aulas de montagem de computadores e noções de informática básica. Agora, seguem para a segunda etapa do programa, onde terão contato direto com o universo da produção audiovisual. A participação é exclusiva a jovens atendidos pelo Coletivo Cidade.
Diversidade
Mariana Lopes, do MovTech, defende ensino, diversidade e inclusão
(foto: Divulgação)
Outro exemplo de transformação pela tecnologia vem do MovTech 2030, voltado a pessoas de baixa renda, que oferece acesso à internet, conteúdos de programação, lógica e automação, ajudando a juventude a superar lacunas na formação escolar. “A preparação para o mercado de tecnologia ainda enfrenta desafios, pois muitos concluem o ensino médio sem uma base sólida em matemática e lógica”, explica Mariana Lopes, gerente-executiva do MovTech. Outro obstáculo comum é a falta de equipamentos adequados e de internet de qualidade, o que dificulta o acesso a materiais e cursos on-line.
Para enfrentar essa realidade, o programa investe em iniciativas inclusivas, como a Maratona Tech e o Impulso Digital. A primeira é uma olimpíada gratuita de tecnologia entre escolas, aberta a estudantes do ensino fundamental, ensino médio e EJA de todo o Brasil. Já o Impulso Digital, desenvolvido em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), é o primeiro programa de aprendizagem tech digital do país a combinar nivelamento em português, matemática e inglês, com introdução à lógica de programação e à inteligência artificial.
Além da formação técnica, o programa prioriza a inclusão de grupos historicamente subrepresentados. “Criamos trilhas de aprendizado específicas para mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outros grupos minorizados. Também promovemos eventos e redes de apoio para fortalecer esses talentos e impulsionar suas carreiras”, afirma Mariana.
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