
Conhecido como componente primordial para o transporte de petróleo em todo o mundo, o local conhecido como Estreito de Ormuz, situado no Oriente Médio, se transformou em uma arma no conflito entre Irã e Estados Unidos.
O corredor marítimo tem importância primordial para a economia do planeta, já que grande parte do montante total de petróleo do globo passa por ali. Além de também exercer influência no mercado de gás natural, segue como um ponto de muita sensibilidade no mapa geopolítico global.
O local está situado em águas internacionais. No entanto, vale mencionar, é fortemente controlado pelo Irã. De acordo com o Strauss Center (centro de pesquisa multidisciplinar da Universidade do Texas, na cidade de Austin, especializado em assuntos internacionais e segurança), existem oito ilhas principais por lá. Sete delas são controladas pelo Irã. As forças militares iranianas ocupam o local desde a década de 1970. Este controle fortalece a influência do país nas águas do estreito.
No último domingo (22/6), o parlamento do Irã aprovou o fechamento do estreito. Apesar disso, diversos motivos poderiam inviabilizar a manobra, segundo especialistas. As atividades no local, todavia, jamais foram completamente interrompidas.
Importância do Estreito
O Estreito de Ormuz está localizado entre Irã e Omã, tem 39km de largura e conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã. Dali, ao Oceano Índico. Segundo dados da Agência Internacional de Energia (AIE), cerca de 30% de todo o petróleo do mundo trafega por ali.
De acordo com a Lloyd’s List, são 21 milhões de barris de petróleo cru e derivados. Também transitam, além disso, volume expressivo de gás natural liquefeito (GNL) e gás de petróleo liquefeito (GLP). A Agência Internacional de Energia (AIE) reporta que 20% do gás natural liquefeito (GNL) global passa pelo local. O tráfego de energia pelo canal soma até 33 milhões de barris de óleo equivalente por dia.
Novamente de acordo com informações da AIE, não existem outras localidades com a mesma capacidade do Estreito de Ormuz. Três a cada dez barris de petróleo vendidos pelo mundo passam pelo corredor. Uma interrupção de longa duração, adicionalmente, geraria elevação dos preços dos barris de petróleo para além de US$ 130. O ato refletiria em custos logísticos globais, e ainda aumentaria a inflação energética.
Possível arma
A entrada do local no conflito é estratégica. Caso opte pelo fechamento, o Irã forçará diversos países a adotarem outras medidas para ter acesso ao petróleo - primordial para a produção em diversos setores. Inclusive, na própria guerra. Mesmo que não se concretize, a ameaça de fechamento já gera aumento nos preços. Por esse motivo, inclusive, o Brasil poderia ser afetado.
Conforme relata o portal da revista Exame, as ameaças compõem uma arma diplomática utilizada pelo Irã em momentos de pressão mundial. Um eventual fechamento completo, todavia, é improvável. Isso ocorre por conta da dependência econômica da China, o risco de retaliação por países vizinhos e os altos custos internos.
Israel e Irã trocam investidas desde o último dia 13 de junho, sexta-feira. A nação israelense, através de uma força-tarefa militar, anunciou a destruição de alvos nucleares iranianos. Como resposta, a capital iraniana Teerã lançou mísseis em cidades importantes de Israel, como Haifa, Tel Aviv e Jerusalém. Mais de 240 morreram e milhares ficaram feridos em ambos os países, segundo dados oficiais.
A entrada dos EUA no conflito ocorreu no último sábado (21/6). Já no período da noite, o presidente americano Donald Trump anunciou que atacou o Irã, e que apoiará Israel durante o embate. "Nós acabamos de completar um ataque de sucesso a três instalações do Irã, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Todos os aviões já estão fora do espaço aéreo iraniano", falou, em comunicado público.
O revide iraniano veio nesta segunda-feira (23/6). Mísseis foram lançados em duas bases americanas no exterior: uma no Catar, e outra no Iraque. No entanto, os golpes foram interceptados. Não houve feridos ou vítimas. Trump, além disso, tratou de ironizar o ocorrido.
"O Irã respondeu oficialmente à nossa destruição de suas instalações nucleares com uma resposta muito fraca, o que esperávamos e que combatemos com muita eficácia", disse ele, em comunicado.
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