VIDA ANIMAL

A primeira baleia que sobreviveu a anestesia geral para retirar cistos

Kimalu, uma baleia-branca ou beluga, passou por procedimento inédito para retirada de cistos na cabeça e está sendo acompanhada de perto pela equipe

Kimalu foi anestesiada para a remoção de cistos na cabeça  -  (crédito: Shedd Aquarium/Brenna Hernandez)
Kimalu foi anestesiada para a remoção de cistos na cabeça - (crédito: Shedd Aquarium/Brenna Hernandez)

Cirurgias envolvem riscos, e quando o paciente é um animal — especialmente um que vive na água — a logística se torna ainda mais complexa. Kimalu —  baleia-beluga, ou baleia-branca, do Aquário Shedd, em Chicago (EUA) — entrou para a história ao se tornar a primeira da espécie a despertar de uma anestesia geral após uma cirurgia para retirada de cistos na parte superior da cabeça.

O procedimento ocorreu no aquário onde Kimalu nasceu e viveu a vida toda, sendo bem conhecida pelos cuidadores. Por isso, foi possível identificar rapidamente que havia algo errado durante os exames de rotina. Após alguns testes, a equipe decidiu que o próximo passo seria uma tomografia computadorizada — um grande desafio, já que o animal pesa mais de 453kg. O exame indicou que a cirurgia seria essencial tanto para aliviar o desconforto quanto para investigar a origem dos cistos.

“Não existe um manual para anestesiar uma baleia e levá-la a uma cirurgia, então nos apoiamos no conhecimento profundo que temos sobre a Kimalu como indivíduo e na nossa incrível rede de especialistas, tanto aqui no Shedd quanto em outras instituições”, explicou Karisa Tang, vice-presidente de saúde animal do aquário, em comunicado. “Conseguimos ajudar a Kimalu e, ao mesmo tempo, fizemos história com as belugas.”

A cirurgia contou com o apoio de cerca de 30 profissionais, entre cirurgiões e veterinários. Devido à anatomia única da espécie — incluindo a característica cabeça arredondada e flexível —, não se sabia como ela reagiria à anestesia, ou mesmo se acordaria.

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“Houve momentos em que todos pareciam estar prendendo a respiração juntos”, contou a doutora Tang. “Essa experiência ficará marcada para sempre na minha carreira.” Para garantir um despertar suave, Kimalu foi cercada pelos cuidadores e foram reproduzidos sons do grupo de belugas do aquário. Em seguida, ela foi colocada em um espaço de recuperação, onde continua sendo observada.

“A recuperação vai levar tempo e ainda não é garantida, mas acreditamos que a cirurgia já trouxe grande alívio ao desconforto que ela vinha sentindo”, disse a médica. “Agora, é a Kimalu quem define o ritmo da própria recuperação — e vamos seguir a liderança dela.”

 
 
 
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postado em 04/07/2025 21:53
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