TRAGÉDIA

Cão farejador morre ao ingerir carne com pregos jogada no canil

Bruno era membro da polícia italiana e salvou a vida de 9 pessoas. Uma salsicha com pregos foi deliberadamente jogada em seu canil

Bruno e o tutor, Arcangelo Caressa -  (crédito: Reprodução / Facebook )
Bruno e o tutor, Arcangelo Caressa - (crédito: Reprodução / Facebook )

O cachorro Bruno — membro da polícia italiana, para quem trabalhava como cão farejador, e conhecido como salvador da vida de nove pessoas ao longo da carreira — morreu após comer uma salsicha recheada de pregos atiradas em seu canil, na cidade de Taranto. A morte foi confirmada pelo treinador do animal, Arcangelo Caressa, nas redes sociais, que prometeu "fazer justiça".

Bruno tinha 7 anos e era da raça bloodhound — conhecida no Brasil como cão-de-santo-humberto. O cão acumulava diversos prêmios pelo trabalho com a polícia na busca por pessoas desaparecidas e vulneráveis, como pacientes com a doença de Alzheimer e crianças.

Descrito pela imprensa italiana como “herói”, Bruno sofreu uma hemorragia interna e não resistiu, morrendo no dia 4 de julho. “Você lutou a vida inteira para ajudar os seres humanos, e agora um ser humano fez isso com você”, lamentou Caressa, que treina cães para ações antidrogas. O tutor do cachorro falecido acredita que o ataque tenha sido uma tentativa de intimidação contra ele, que atua contra rinhas animais ilegais. 

Ao jornal Corriere della Sera, ele declarou que recebeu ameaças de morte semanas antes do assassinato do cão: "Não foi um gesto aleatório. Eles querem que eu me afaste. Mas eu nunca vou ceder. Este é um ataque vil, feito por dinheiro e vingança."

"Tenho orgulho de você, do que foi para mim e para todas as pessoas a quem deu conforto, esperança, salvação. Você não era apenas um cachorro. Era a minha sombra fiel, minha força nos momentos sombrios, o batimento bom do mundo. Você foi, é e continuará sendo o meu herói", Caressa homenageou Bruno. 

O crime comoveu todo o país. A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, comentou sobre o caso nas redes sociais, classificando a morte como um “ato vil e covarde”. Ela compartilhou uma foto na qual entregava uma medalha a Bruno e agradeceu pelos serviços prestados pelo cão.

Segundo uma nova legislação italiana de proteção aos animais, o assassinato de um animal com tortura é punido com quatro anos de prisão, além de uma multa de 60 mil euros (R$ 383 mil). Conforme a mídia do país, o Ministério Público da Itália instaurou uma investigação para apurar o caso.  

 

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postado em 08/07/2025 19:10 / atualizado em 08/07/2025 19:11
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