
O jovem italiano Carlo Acutis, conhecido como o “padroeiro da internet” e apelidado de “ciberapóstolo”, será canonizado neste domingo (7/9), tornando-se oficialmente o primeiro santo millennial da história da Igreja Católica — geração compreendida entre os nascidos entre 1980 e 1995.
A cerimônia será presidida pelo papa Leão XIV e marcará a primeira canonização presidida pelo pontífice. Na mesma solenidade, também será canonizado Pier Giorgio Frassati, jovem italiano conhecido por sua intensa atuação em obras de caridade. Frassati morreu em 1925, vítima de poliomielite.
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De Milão para o mundo
Nascido em Londres, Carlo Acutis mudou-se ainda na infância para Milão, na Itália, com os pais italianos. Desde pequeno, demonstrava profunda devoção à Eucaristia e à Virgem Maria. Aos 7 anos, fez a primeira comunhão e, a partir de então, passou a frequentar a missa diariamente, além de dedicar-se a ações de caridade, como a doação de alimentos e roupas a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Na adolescência, uniu sua fé à tecnologia: criou um site onde catalogou cerca 136 milagres eucarísticos reconhecidos pela Igreja — relatos de manifestações sobrenaturais ligadas à Eucaristia, sem explicações científicas.
Carlo morreu em 2006, aos 15 anos, em decorrência de uma leucemia. O corpo do jovem está exposto no Santuário do Despojamento, em Assis, na região central da Itália. Segundo o Vaticano, seus restos mortais foram "recompostos", embora os detalhes do processo não tenham sido divulgados.
Em 2020, Carlo foi beatificado após a Igreja Católica reconhecer seu primeiro milagre. À época, Acutis foi apontado pelo papa Francisco como exemplo para os jovens católicos por sua capacidade de integrar fé, simplicidade e modernidade. “Ele não se acomodou numa imobilidade confortável, mas colheu as necessidades do seu tempo, porque viu o rosto de Cristo nos mais frágeis. Seu testemunho mostra aos jovens de hoje que a verdadeira felicidade se encontra pondo Deus em primeiro lugar e servindo-O nos irmãos”, afirmou o pontífice.
Milagre no Brasil impulsionou beatificação
Embora nunca tenha estado no Brasil em vida, foi um suposto milagre ocorrido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, que levou à beatificação de Carlo Acutis, conferida pela Igreja Católica em 2020.
O caso envolveu uma criança chama Matheus, que sofria de uma rara malformação no pâncreas, condição que o impedia de se alimentar corretamente e causava vômitos frequentes. A família participou de uma missa na qual uma relíquia de Acutis — um pedaço de roupa — seria exposta. Durante a celebração, o menino tocou na peça e fez um pedido: queria parar de vomitar.
Apesar da comoção dos familiares, ninguém esperava que, quando a criança voltasse para casa naquele dia, comesse e de fato não vomitasse mais. Exames médicos feitos em seguida confirmaram que o órgão do menino, antes em posição anular, estava em posição normal, sem que houvesse explicação para a mudança.
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O papa Francisco reconheceu oficialmente um segundo milagre atribuído a Acutis. De acordo com Igreja, Carlo teria intercedido pela cura de um estudante universitário em Florença, que sofreu um grave traumatismo craniano e apresentava sangramento cerebral. O reconhecimento abriu o caminho para a canonização do jovem.
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