
Buenos Aires — Uma comissão formada na Câmara dos Deputados argentina para investigar o que ficou conhecido no país como “criptogate” decidiu convocar a secretária-Geral da Presidência Karina Milei para depor sobre o caso. A irmã do presidente Javier Milei (La Libertad Avanza) poderá ser ouvida nos dias 23 ou 30 de setembro.
Caso Karina não possa ir ao Congresso, os parlamentares admitem a possibilidade de ir até a Casa Rosada, palácio oficial da Presidência Argentina, para ouvi-la.
Mão direita do presidente, Karina já enfrenta uma crise por denúncias de corrupção que lhe colocam no centro de um esquema de suborno envolvendo remédios para deficientes.
O escândalo potencializou a derrota acachapante do partido de Milei, La Libertad Avanza, para as eleições provinciais de Buenos Aires, o que, segundo a imprensa argentina, ligou um alerta na Casa Rosada.
Até aqui, no entanto, a comissão — que se assemelha às Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) no Brasil — tem encontrado dificuldades para ouvir nomes importantes do governo.
Dois funcionários da Casa Rosada convocados a falar faltaram. A imprensa local noticiou na terça-feira (9) que um deles foi Alejandro Melik, chefe do Escritório Anticorrupção, que se negou a receber uma intimação para falar ao Congresso.
“É incrível que o governo não tenha tomado nota das práticas que deve corrigir: persiste em uma atitude de bloqueio e de nula colaboração com a investigação do caso. Vamos seguir avançando e sua atitude terá consequências”, disse o deputado Maxi Ferraro, presidente da Coalizão Cívica ARI.
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Relembre o caso
Em fevereiro deste ano, o presidente argentino Javier Milei promoveu em seu perfil no X uma criptomoeda chamada $LIBRA. Na ocasião, o político disse que o “projeto” se dedicaria a incentivar o crescimento da economia argentina, “financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos”.
Depois da publicação, o valor da $LIBRA disparou, mas quem já tinha os ativos começou a vendê-los para lucrar com a alta, num movimento conhecido no ramo como “puxada de tapete”, quando criadores de criptomoedas atraem investimentos e depois se livram de sua participação.
O resultado foi uma queda tão rápida quanto a alta e quem investiu depois ficou no prejuízo. Milei, então, apagou a publicação e fez uma retratação à época.
“Eu não estava ciente dos detalhes do projeto e depois de tomar conhecimento dele, decidi não continuar a divulgá-lo. (...) Aos ratos imundos da casta política que querem se aproveitar dessa situação para fazer mal, quero dizer que a cada dia eles confirmam quão vis os políticos são”, disse o presidente da República.
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