Em uma guerra somente há perdedores. O conflito no Oriente Médio é um exemplo. Ainda que tenham, teoricamente, destruído o programa nuclear iraniano, os EUA ficaram de mãos atadas após o bombardeio do Irã à base americana de Al Udeid, no Catar. O presidente Donald Trump viu-se acuado ante as ameaças de Teerã de fechamento do Estreito de Ormuz, via marítima estratégica entre o Golfo Pérsico e o Mar da Arábia, responsável pelo escoamento de 30% da produção de petróleo no mundo. Tudo o que Trump menos deseja é o agravamento da crise econômica, no momento em que analistas preveem recessão.
No sábado, o republicano havia prometido uma resposta "devastadora", caso o Irã retaliasse os ataques contra as instalações nucleares de Natanz, Isfahan e Fordow — esta última a espinha dorsal do programa nuclear iraniano. A retaliação, calculada, veio por parte de Teerã. Em vez de amplificar o conflito e brandir armas, Trump viu-se forçado a estender um ramo de oliveira.
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Ao longo de 12 dias, até o anúncio do cessar-fogo, o Irã foi desmoralizado várias vezes. Primeiro, com uma ofensiva ousada de Israel, que envolveu uma operação arriscada do Mossad, o serviço secreto do país. Agentes plantaram drones no coração de Teerã e assassinaram cientistas nucleares e comandantes militares. Depois, Israel lançou mísseis contra centros de enriquecimento de urânio.
O golpe de misericórdia foi dado pelos EUA com as bombas antibunker jogadas sobre Fordow. As forças israelenses degradaram a capacidade do Irã de disparar mísseis ao destruir as plataformas de lançamento; depois, bombardearam alvos simbólicos da repressão do regime dos aiatolás, como a Guarda Revolucionária, a milícia Basij e a Prisão de Evin — centro de tortura.
Israel amargou 29 mortos e ficou refém das sirenes antiaéreas. A população foi obrigada a buscar proteção nos bunkers. A vida parou. O mito da quase invencibilidade do escudo de defesa antiaérea caiu por terra. As imagens de prédios em ruínas em Tel Aviv, Haifa, Beersheba e outras cidades expuseram a vulnerabilidade do Estado israelense. O premiê Benjamin Netanyahu não conseguiu derrubar o regime teocrático islâmico. Quanto ao programa nuclear, tudo é incógnita. Dias antes do bombardeio a Fordow, uma fila de caminhões foi vista deixando a usina nuclear, provavelmente com o urânio enriquecido.
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Ao sinal de violação do cessar-fogo, um furioso Trump repreendeu Netanyahu. Sem pudor, o americano capitalizou politicamente o suposto fim da guerra. Ante o barulho das armas, endureceu o tom em relação a Israel. O cessar-fogo de Trump parece tão frágil quanto o próprio ego. Não há indício real de paz entre Israel e Irã. Enquanto isso, segue a matança em Gaza. Por que Trump não exige de Israel o fim da barbárie? Talvez por não existir dinheiro em jogo.
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