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Identidade é a nova fronteira: construindo confiança por meio de dados melhores

Combinadas com verificação biométrica em ABC Gates, permitem experiências rápidas para viajantes de baixo risco. Isso acelera o fluxo sem comprometer a segurança e permite que os agentes concentrem sua atenção onde realmente importa: casos complexos e riscos desconhecidos

Passaporte brasileiro começa a ser emitido nesta terça-feira (3/10)  -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Passaporte brasileiro começa a ser emitido nesta terça-feira (3/10) - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

MICHEIL ZUREIK, Head de Estratégia Digital de vViagem e Parceria da Sita, empresa líder mundial em comunicações de transporte aéreo e tecnologia da informação

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À medida que a mobilidade global acelera, as agências de fronteira estão sendo desafiadas a fazer mais com menos — mais viajantes, mais complexidade, mais risco — muitas vezes operando com sistemas que não foram projetados para as realidades atuais. E, ainda assim, a missão permanece a mesma: proteger fronteiras, permitir a circulação e construir confiança. No centro desse desafio está uma verdade simples, porém profunda: uma fronteira é tão forte quanto as identidades em que você confia.

O desafio enfrentado, hoje, pelas agências de fronteira não é a falta de dados — é a falta de confiança na qualidade dos dados dos viajantes. Ao longo de toda a jornada, governos dependem de múltiplas fontes: pedidos de visto, dados API e PNR, ETAs e Visas, e biometria. Mas grande parte dessas informações é inserida manualmente — por viajantes, companhias aéreas ou funcionários consulares — tornando-as inconsistentes, sujeitas a erros. Assim, as grandes questões que os governos estão se fazendo são: Podemos confiar nos dados de identidade dos viajantes? Estamos coletando os dados certos, com antecedência suficiente? Como reduzir erros de digitação e garantir consistência entre sistemas?

As Credenciais Digitais de Viagem (DTCs) oferecem uma nova oportunidade. Não apenas para digitalizar identidades, mas para elevar a qualidade e a consistência dos dados de identidade em toda a jornada. Ao extrair com segurança os dados verificados do chip do passaporte e vinculá-los à biometria do viajante, as DTCs criam uma identidade confiável e portátil.

Antes da viagem, as DTCs podem ser incorporadas a processos upstream como solicitações de visto, reservas e check-in. Quando combinadas com API e PNR, garantem que os dados de identidade recebidos pelos governos sejam precisos, verificados e consistentes. Isso reduz erros de entrada manual e permite avaliações de risco mais precisas e antecipadas, muito antes do viajante chegar à fronteira.

Na chegada, as DTCs viabilizam um processamento mais seguro e fluido em sistemas automatizados. Combinadas com verificação biométrica em ABC Gates, permitem experiências rápidas para viajantes de baixo risco. Isso acelera o fluxo sem comprometer a segurança e permite que os agentes concentrem sua atenção onde realmente importa: casos complexos e riscos desconhecidos.

Ao longo de toda a jornada, as DTCs atuam como um ponto confiável de ancoragem para garantir dados de alta integridade provenientes de várias fontes. Ao fortalecer a qualidade dos dados, ajudam governos a "conectar os pontos". Com uma única identidade verificada no centro, as agências podem agir com mais velocidade e confiança.

Integradas a API e PNR, elas substituem campos preenchidos manualmente por dados verificados a partir do chip do passaporte, eliminando erros comuns e inconsistências. Isso garante que as informações recebidas antes do embarque sejam consistentes entre plataformas. Na fronteira, as DTCs aprimoram o desempenho dos ABC Gates ao fornecer uma identidade segura e vinculada à biometria, o que permite processamento automatizado e rápido para viajantes de baixo risco.

De forma mais ampla, as DTCs funcionam como âncoras confiáveis para dados integrados a diferentes processos. A tecnologia está pronta. Os padrões estão amadurecendo. O que falta agora é liderança visionária e colaboração entre setores para ir além de mudanças incrementais e reenquadrar a identidade como ativo estratégico.

Imagine um futuro em que fronteiras sejam portais inteligentes, onde identidades confiáveis circulem com segurança entre sistemas, possibilitando movimentações mais rápidas, decisões melhores e segurança reforçada. Porque, no fim das contas, identidade é a nova fronteira. E as nações que entenderem isso não apenas protegerão melhor seus territórios — como também moldarão o futuro da mobilidade global.

 


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postado em 10/12/2025 06:03
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