CPI da Covid

Luciano Hang tenta provar à CPI que atestado de óbito da mãe não foi adulterado

Para comprovar que a morte da mãe não foi alterada pela Prevent Senior, Hang entrega documento emitido pelo controle de infecção hospitalar em que consta morte por Covid-19

Tainá Andrade
postado em 29/09/2021 15:40 / atualizado em 29/09/2021 15:41
 (crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado)
(crédito: Leopoldo Silva/Agência Senado)

O empresário bolsonarista Luciano Hang confirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, nesta quarta-feira (29/9), que a certidão de óbito da mãe foi emitida com a causa mortis para coronavírus. E entregou aos senadores um documento do controle de infecção hospitalar para comprovar o fato. Ainda em seu depoimento, ele alegou que nunca houve erro por parte da operadora de plano de saúde Prevent Senior e afirmou que “os senadores foram levados ao erro”.

“Trouxeram partes do que foi dado de medicamento e trouxeram o atestado de óbito. Disseram: "Mas então, não foi notificado". Aqui está (mostrando o documento), na comissão de controle de infecção hospitalar. Vou deixar na mão de vocês, encaminhado, em que ela adentrou no hospital, no dia 1º de janeiro, e saiu no dia 3 de fevereiro. A entrada mostra covid. Covid! E a saída, covid. Ou seja, foi, sim, notificada a morte da minha mãe como covid”, disse o dono Havan, balançando o documento na frente de todos.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), informou ao depoente que durante oitiva do diretor-executivo Pedro Batista Júnior, na semana passada, foi confirmada a existência de duas certidões de óbito em nome de Regina Hang, e que a CPI tem acesso às duas, além das informações do prontuário. E elas não batem com o documento trazido por Hang à comissão, argumentou Renan.

Ainda assim, o empresário insistiu que as informações trazidas pelos senadores foram distorcidas por uma fonte errada, mas assumiu ser “leigo” e que não sabe quais informações um atestado de óbito deve ter. “Fiquei sabendo através da CPI que tanto o atestado de óbito quanto o prontuário da minha mãe foram pegos e, lá, no atestado de óbito não constava covid. Eu sou leigo. Eu não sei se as pessoas... o que tem que botar no atestado de óbito”, sustentou.

“(É como se) Eu tivesse falado para não colocar (a causa da morte da mãe) como covid. Olha só que loucura, imagina eu chamar o médico e dizer ‘olha, não coloquem covid, porque eu tinha falado que ela estava o tempo todo no hospital com covid’ para diminuir o número de notificação de covid. Uma coisa de louco, uma coisa fantasiosa, mas ontem nós tivemos acesso, na comissão de controle de infecção hospitalar. Eu acho até, senador Renan Calheiros, que vocês foram levados ao erro”, defendeu-se o depoente.

 

 

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