O Senado Federal recebe, a partir desta quarta-feira (18/10), uma exposição fotográfica dedicada a contar a história de mulheres que enfrentaram o câncer de mama. Em comemoração ao Outubro Rosa, as torres do Congresso Nacional também receberam a projeção de mulheres que sobreviveram ao câncer de mama. Confira as imagens:
As ações são coordenadas pela Secretaria da Mulher da Câmara – formada pela coordenação da Bancada Feminina e Procuradoria da Mulher –, pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, pela Procuradoria Especial da Mulher e pela Liderança da Bancada Feminina do Senado, com apoio de instituições e organizações parceiras. Entre elas está a Associação de Mulheres Mastectomizadas de Brasília, conhecida como "Recomeçar". A missão do projeto é sensibilizar a sociedade sobre a importância dos cuidados dedicados às pacientes diagnosticadas com câncer de mama.
A ênfase recai sobre a necessidade de garantir o direito à reconstrução mamária como parte essencial do processo de cura. Para isso, a Recomeçar tem buscado parcerias com as autoridades públicas, visando assegurar os direitos constitucionais das mulheres que passaram por mastectomia.
A exposição fotográfica "Outubro Rosa 10 anos" é uma parte dessa conscientização. Ela retrata 12 mulheres que compartilham a jornada de enfrentar o câncer de mama. As imagens são uma mistura de moda e depoimentos de superação, proporcionando uma abordagem positiva para um tema desafiador. A exposição foi planejada em dois formatos para alcançar um público mais amplo, de quadros e totens, podendo ser exibida simultaneamente em diversos locais.
A Associação Recomeçar divulga informações sobre a doença e na defesa dos direitos das mulheres que dependem do SUS para o tratamento do câncer de mama. Além disso, o trabalho contínuo da Secretaria da Mulher visa garantir o acesso à saúde integral, o enfrentamento à violência de gênero e a autonomia econômica das mulheres.
A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) enfatizou que a informação é poder e um dos principais fatores para capacitar a população, especialmente as mulheres. Ela ressaltou a necessidade de cumprir as leis que garantem o direito das mulheres à mamografia e outros exames preventivos, destacando que o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.
“O Outubro Rosa serve para mostrar que esse país, apesar das leis aprovadas nesse Congresso, a maioria efetivamente não está sendo cumprida. É importante um diagnóstico precoce e iniciar um tratamento no máximo em 30 dias, até porque a gente sabe que a ciência e tecnologia evoluiu”, disse.
A ex-deputada federal Tereza Nelma compartilhou a jornada dela como paciente oncológica e enfatizou a importância de garantir que todas as mulheres tenham acesso ao tratamento que ela está recebendo. Tereza destacou a necessidade de políticas públicas para combater o câncer e prevenir negligências médicas.
“Eu faço um grande apelo a todos os parlamentares e ao Ministério da Saúde para que invistam na prevenção, recursos e orçamento para que todas as mulheres do Brasil, não fiquem sem fazer a prevenção. É essa a nossa realidade, são três meses para conseguir uma vaga e quando você consegue fazer a mamografia, pega o resultado, volta para o médico e passa mais seis meses para ele atender. Eu defendo o SUS para que não seja usado como moeda política, mas que continue salvando vidas no nosso Brasil”, defendeu Tereza.
A presidente da ONG Recomeçar, Joana Joker, contou a experiência pessoal com o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Ela também mencionou os esforços em curso para aprovar leis que fortaleçam o combate ao câncer no Brasil e pediu o apoio dos parlamentares. “Essa exposição belíssima no Congresso Nacional traz mulheres que sobreviveram ao câncer de mama. É uma exposição comemorativa”.
A participação da atendente Paloma Vieira, de 36 anos, na exposição reflete a esperança que o Outubro Rosa oferece a muitas mulheres que enfrentam o câncer. Ela compartilhou a história dela e destacou a necessidade de reduzir o tempo de espera para cirurgias após o tratamento de quimioterapia, para evitar que o câncer se desenvolva ainda mais, como foi no caso dela.
“Eu estou aqui para ter força de continuar lutando contra essa doença. No meu caso, eu fui diagnosticada e fiz 15 quimioterapias. Fiz uma cirurgia, mas infelizmente não tive sucesso. Aí eu tô em tratamento ainda. Vou fazer outra cirurgia, então essa exposição me dá força para lutar, continuar e não desistir”, contou.
O evento teve início em outubro e continuará até o final deste mês. A exposição na Câmara Legislativa e no Senado Federal vai seguir até o dia 31 de outubro.
*Estagiária sob a supervisão de Pedro Grigori
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br