CRISE DIPLOMÁTICA

Ser persona non grata é "honra para biografia de Lula", diz Federação Palestina

Em nota divulgada nesta segunda-feira (19/2), a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) definiu a fala de Lula sobre Israel como "corajosa" e pode frear ataque iminente em Rafah

Durante visita à África, Lula comparou a situação em Gaza ao massacre de Hitler contra os judeus
 -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Durante visita à África, Lula comparou a situação em Gaza ao massacre de Hitler contra os judeus - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
postado em 19/02/2024 12:15 / atualizado em 19/02/2024 14:29

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) disse nesta segunda-feira (19/2) que Israel ter declarado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como persona non grata é "uma honraria para a biografia de Lula". Para a entidade, a manifestação do presidente, que comparou a invasão da Faixa de Gaza por Israel com o Holocausto, é correta e pode ter retardado o ataque à cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, já anunciado pelas forças israelenses.

A Fepal também apontou que a falta de manifestações de outros chefes de Estado contra Lula, até o momento, demonstra o isolamento de Israel. "O gesto de Lula é corajoso, lava a alma dos palestinos e de quem ainda tem alguma dignidade e decência. E tem implicações internacionais importantíssimas", escreveu a Federação, em nota, nas suas redes sociais. A entidade representa imigrantes, refugiados palestinos e seus descendentes no Brasil.

No documento, a Fepal reforçou a comparação entre Israel e a Alemanha nazista, citando os mais de 30 mil palestinos mortos no conflito e defendendo que não há precedente histórico para a proporção de mortos, incluindo mulheres e crianças, em outras guerras.

"O genocídio palestino é igual ou pior que o holocausto euro-judaico. É um fato. A grandeza de Lula não está só na coragem de dizer o óbvio. Está no timing", disse ainda a entidade.

Fala de Lula coloca pressão

Para a Fepal, a fala de Lula coloca "muita pressão internacional" sobre Israel e defende que o Brasil corte completamente as relações com o governo israelense.

"A falta de condenação internacional, principalmente dos aliados ocidentais de Netanyahu, às declarações de Lula, escancaram o isolamento internacional de 'israel' e dão ao presidente brasileiro apoio, no mínimo, tácito", enfatiza a Federação.

Durante coletiva de imprensa no domingo (18), o presidente Lula comparou os ataques de Israel em Gaza com as ações de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. A fala gerou fortes críticas por parte do governo israelense e instituições judaicas, que consideram a comparação absurda e ofensiva. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse hoje que Lula é persona non grata no país até se retratar.

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