Rio de Janeiro

G20 manifesta apoio unânime contra conflitos em Gaza e Ucrânia, diz Vieira

Em encontro com chanceleres, ministro das Relações Exteriores do Brasil ressaltou debates sobre conflitos internacionais, reforma do conselho de segurança e proposta de nova reunião em setembro

Chanceleres do G20 concordam com reformas de organismos internacionais, destacou ministro -  (crédito: Audiovisual/G20Brasil)
Chanceleres do G20 concordam com reformas de organismos internacionais, destacou ministro - (crédito: Audiovisual/G20Brasil)
postado em 22/02/2024 16:47 / atualizado em 22/02/2024 17:02

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou durante coletiva para comentar as reuniões de chanceleres do G20 ocorridas na tarde de ontem e na manhã desta quinta-feira (22/2), na Marina da Glória, Rio de Janeiro, que temas como os conflitos internacionais entre Ucrânia e Rússia, assim como a ação do grupo Hamas, em Gaza, foram temas pertinentes no debate entre os países membros. E destacou que os representantes manifestaram apoio unânime contra os conflitos.

“Vários países reiteraram a sua condenação à guerra na Ucrânia, como tem acontecido desde 2022 após o início do conflito. Um grande número de países, de todas as regiões, expressaram preocupação com o conflito na Palestina, destacando o risco de alastramento aos países vizinhos. Vários demandaram a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas”, destacou o ministro.

Frente ao anunciado ataque de Israel à cidade de Rafah, Vieira reiterou os diversos pedidos em favor da liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina, assim como os apelos à cessação de hostilidade e enfatizou os pedidos para que o governo de Israel reconsidere e suspenda a ação de ataque. “Destacou-se ademais a virtual unanimidade no apoio à solução dos dois Estados como sendo a única opção possível para o conflito entre Israel e Palestina”, apontou.

Vieira ressaltou ainda que o tema da reforma da governança global é prioridade para o Brasil. “Todos concordaram quanto ao fato de que as principais instituições multilaterais como ONU, Organização Mundial de Comércio, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, entre outros, precisam de reforma para se adaptarem aos desafios do mundo atual”, avaliou o ministro.

Sobre a ONU, o consenso foi quanto à essencialidade da organização para a paz, segurança e promoção do desenvolvimento sustentável, elencou.

Houve também, segundo ele, menções sobre a necessidade de se conferir impulso às discussões relacionadas à reforma do conselho de segurança, “em especial, a inclusão de novos membros permanentes e não permanentes, sobretudo da América Latina, Caribe e África”. “As diferentes propostas existentes nesse sentido precisam ser efetivamente debatidas e pretendemos impulsionar esse processo”, acrescentou Vieira.

Financiamento aos países mais pobres

Em um recorte econômico, quanto aos bancos multilaterais de desenvolvimento e o Fundo Monetário Internacional (FMI), ele citou que houve grande convergência sobre a necessidade de facilitar o acesso a financiamentos aos países mais pobres. “A centralidade da Organização Mundial de Comércio e a urgência do restabelecimento do seu sistema de solução de controvérsias também foram mencionadas em diversos discursos”, afirmou o ministro.

Mauro Vieira reiterou que não interessa ao Brasil viver em um mundo "fraturado".

“Precisamos trabalhar com todo empenho para superar os desvios internacionais da atualidade. As prioridades da presidência brasileira (no G20) são conhecidas e foram acolhidas por todos, e pretendemos oferecer algumas respostas a iniciativas concretas como ação global contra a fome, a desigualdade e a pobreza”, adicionou.

O chanceler destacou ainda que a proposta brasileira de realizar uma segunda reunião de chanceleres do G20 em setembro, às margens da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, foi muito bem recebida.

“Será a primeira vez em que o G20 se reunirá, dentro da sede das Nações Unidas, em sessão aberta para todos os membros da organização, para promover um chamado ação em favor da reforma da governança global. A presença de todas e todos aqui é a prova não somente da importância do Brasil, mas também do papel do G20 como foro de concertação internacional”, concluiu.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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