CRISE DIPLOMÁTICA

Chanceler de Israel rebate fala de Lula sobre não ter citado Holocausto

Israel Katz disse que o país não vai "esquecer nem perdoar" comparação com Hitler. A mesnagem foi acompanhada de imagem gerada por inteligência artificial que ironiza Lula e mostra manifestação bolsonarista

Israel Katz declarou Lula persona non grata após comparação entre as ações do governo Netanyahu na Faixa de Gaza às de Adolf Hitler na Alemanha nazista -  (crédito: AHMAD GHARABLI/AFP)
Israel Katz declarou Lula persona non grata após comparação entre as ações do governo Netanyahu na Faixa de Gaza às de Adolf Hitler na Alemanha nazista - (crédito: AHMAD GHARABLI/AFP)
postado em 28/02/2024 10:51 / atualizado em 28/02/2024 10:51

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, rebateu nesta quarta-feira (28/2) a declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre não ter citado o Holocausto no discurso que abriu uma crise diplomática entre os dois países.

Nas redes sociais, Katz declarou: "Não vamos esquecer, nem perdoar". A mensagem foi acompanhada por uma imagem de inteligência artificial na qual o petista segura uma placa escrito, em inglês, "eu não disse Holocausto", com um fundo aludindo à manifestação, no último domingo (25) na Avenida Paulista, em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em São Paulo, onde bolsonaristas ostentaram bandeiras de Israel.

"Lula, você disse que a guerra justa de Israel contra o Hamas em Gaza é igual ao que Hitler e os nazistas fizeram com os judeus, e ofendeu a memória de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto. Não vamos esquecer, nem perdoar. Envergonhe-se e peça desculpas!", escreveu o chanceler israelense em sua conta no X (antigo Twitter).

Durante o ato em São Paulo, parlamentares da oposição defenderam Israel e criticaram as falas do presidente Lula, que repudia as ações de Israel na Faixa de Gaza. Mais de 30 mil palestinos foram mortos pelo exército israelense em bombardeios e invasões por terra.

'Eu diria a mesma coisa'

Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Rede TV!, veiculada ontem (27), o presidente brasileiro ressaltou que não citou o Holocausto em sua fala durante a Cúpula da União Africana, na Etiópia, apesar de ter comparado as ações de Israel às do líder nazista Adolf Hitler.

"Holocausto foi a interpretação do primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu], não foi minha (...). Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Porque eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo. Eu sei o que ele pensa ideologicamente", declarou o presidente. E reforçou sua crítica ao país: "Eu diria a mesma coisa. Porque é exatamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. A gente não pode ser hipócrita de achar que uma morte é diferente da outra".

Na segunda-feira (26), o chanceler Israel Katz também havia publicado fotos da manifestação pró-Bolsonaro e agradecido o apoio dos manifestantes a Israel.

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