Judiciário

Barroso: Forças Armadas fizeram "papelão" em verificação das urnas de 2022

Sem citar nomes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) analisou, nesta segunda-feira (4/3), que os militares foram "arremessados na política por uma má liderança"

Barroso analisou a atual conjuntura brasileira, sem citar nomes, como
Barroso analisou a atual conjuntura brasileira, sem citar nomes, como "voltando ao normal" - (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
postado em 04/03/2024 19:08

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou, nesta segunda-feira (4/3), durante a aula inaugural da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a postura das Forças Armadas no mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e avaliou como “papelão” a atuação dos militares na verificação da segurança das urnas, em 2022.

Barroso evitou citar nomes, mas relembrou a participação das Forças na Comissão de Transparência das Eleições, cujo objetivo é ampliar a transparência e segurança das eleições. Porém, após o pleito, o Ministério da Defesa, que chefia os militares, divulgou um relatório em que afirma não excluir “a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas”. O mesmo documento informava também que não foram encontradas fraudes.

“Foram manipulados e arremessados na política por más lideranças. Fizeram um papelão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), convidados para ajudar na segurança, para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas”, disse o ministro.

O atual presidente do TSE, Alexandre de Moraes, decidiu retirar as Forças Armadas da comissão de fiscalização, uma vez que o desempenho dos militares em 2022 se provou “incompatível” com o papel das Forças.

Para Barroso, o que chamou de “politização das Forças Armadas”, acabou se apresentando como uma das questões mais “dramáticas para a democracia”. “Porque, desde 1988, as Forças Armadas tiveram um comportamento exemplar no Brasil, de não ingerência, de não interferência, de cumprir as suas missões constitucionais, de ocupar espaços remotos da vida brasileira”, disse o magistrado, que analisou a atual conjuntura como “voltando ao normal”.

 

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