Guerra no Oriente Médio

Brasil condena ataque de Israel a voluntários na Faixa de Gaza

Itamaraty condenou o ataque que matou sete trabalhadores humanitários, sendo seis estrangeiros. O governo brasileiro também "deplorou" a destruição do maior hospital do enclave

Palestinos inspecionam os danos no hospital Al-Shifa de Gaza, após militares israelenses se retirarem do complexo que abriga hospital -  (crédito:  AFP)
Palestinos inspecionam os danos no hospital Al-Shifa de Gaza, após militares israelenses se retirarem do complexo que abriga hospital - (crédito: AFP)
postado em 04/04/2024 16:49 / atualizado em 04/04/2024 16:49

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou uma nota nesta quinta-feira (4/4) condenando a destruição do hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, e o ataque israelense que matou sete trabalhadores humanitários na região, sendo seis estrangeiros, na segunda (1º). A ação foi classificada como um "erro" pelo governo de Israel.

O Itamaraty reforçou que repudia qualquer tipo de ação militar contra civis, e lembrou que mais de 200 trabalhadores humanitários foram mortos desde o início da guerra, maior número registrado na história dentro do período de um ano.

"O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, de ataque aéreo israelense, ocorrido em 1º de abril, na região de Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, no qual sete trabalhadores da ONG humanitária World Central Kitchen (WCK) foram mortos", afirmou o Itamaraty.

Um comboio humanitário foi atacado pelas forças israelenses com mísseis de precisão, matando um palestino e seis estrangeiros dos Estados Unidos, da Austrália, do Reino Unido, do Canadá e da Polônia. A ação gerou forte repercussão negativa na comunidade internacional.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assumiu a responsabilidade pelo ataque. Segundo ele, o exército "atingiu de forma não intencional pessoas inocentes na Faixa de Gaza". Militares israelenses declararam ainda que o comboio foi "confundido".

Maior hospital foi destruído após cerco

"[O governo brasileiro] Deplora também as mortes de civis e trabalhadores de saúde palestinos e os danos causados por ação militar das últimas semanas, que resultou na destruição do hospital Al-Shifa, em contexto no qual a assistência médica à população de Gaza é fundamental", acrescentou o Itamaraty.

Israel também anunciou na segunda-feira o fim do cerco de duas semanas ao hospital, que ficou completamente destruído.

O Brasil lamentou a morte de civis palestinos e dos mais de 200 agentes humanitários que perderam a vida desde o início da invasão, em outubro do ano passado. "Esse número é o maior da história da ONU e representa, em menos de seis meses de conflito, quase três vezes mais vítimas entre trabalhadores humanitários do que jamais registrado em um único conflito, no período de um ano", disse o ministério.

O Itamaraty repudiou ainda qualquer tipo de ação militar a civis, e pediu o cumprimento imediato de resolução do Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo.

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