
O influenciador digital Rico Melquiades prestou depoimento nesta quarta-feira (14/5) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas no Senado. Durante a oitiva, ao senador Izalci Lucas (PL-DF), Rico confirmou a existência de um acordo judicial firmado com o Ministério Público de Alagoas, no qual reconhece a participação em associação criminosa ligada à promoção de jogos ilegais.
Ao ser questionado sobre os detalhes da confissão, o influenciador alegou sigilo e disse que se reservava o direito de permanecer calado. Izalci rebateu, afirmando que o termo de confissão é público e consta nos documentos da CPI. “Essa confissão formal é um documento público, parte de um acordo judicial homologado”, reforçou o senador. Rico limitou-se a dizer que sua atuação se restringia à divulgação de plataformas como a Blaze, pela qual recebia cachê fixo.
O uso de “contas demo” perfis manipulados para sempre exibirem ganhos nas apostas foi tema central dos questionamentos. Izalci explicou que esse artifício é uma forma de enganar o público, sugerindo resultados irreais. Rico negou ter utilizado contas desse tipo e afirmou que seus ganhos e perdas nas apostas eram reais. “Eu não sei como funciona a conta demo. Eu divulgava, mas também perdia”, disse.
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Outro ponto abordado foi a relação do influenciador com o chamado jogo do Tigrinho, cuja legalidade tem sido questionada. Inicialmente, Rico disse que promovia outro jogo dentro da plataforma Blaze, mas depois admitiu ter feito divulgação do Tigrinho recentemente. Ele alegou que todas as suas ações estavam dentro da legalidade vigente à época, e que a Blaze está atualmente regulamentada. Izalci confirmou, com base em portaria da SPA, que o Tigrinho foi autorizado em julho de 2024.
O senador também investigou o modelo de remuneração de Rico, sugerindo que alguns influenciadores recebiam comissões baseadas nas perdas de seus seguidores. Rico negou qualquer comissionamento por perdas ou cadastros. “Meu contrato era de valor fixo. Se as pessoas jogassem ou não, eu recebia o mesmo valor”, declarou. Ele também confirmou ter recebido contato de representantes da Blaze via WhatsApp, mas afirmou não conhecer pessoalmente os intermediários.
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