Marcha dos Prefeitos

Motta reconhece impasse com CNM e defende diálogo sobre PEC da Previdência Municipal

Presidente da Câmara cita importância da PEC 66, mas admite necessidade de debate profundo após críticas da Confederação Nacional de Municípios

"É essencial ouvir os prefeitos e compreender a realidade de cada município antes de impor qualquer uniformização previdenciária", afirmou o presidente da Câmara - (crédito: Ascom/CNM)

Em discurso na abertura da 26ª Marcha dos Prefeitos, realizada nesta terça-feira (20/5), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu um diálogo amplo sobre a PEC 66/2023, que propõe estender automaticamente aos municípios as regras da reforma da Previdência federal.

Diante de um público estimado em mais de 12 mil gestores públicos, Motta reconheceu o papel fundamental da CNM na representação dos interesses municipais e destacou a necessidade de tratar o tema com responsabilidade. “Esse debate transcende aspectos puramente técnicos e toca em questões fundamentais do nosso pacto federativo”, afirmou. “É essencial ouvir os prefeitos e compreender a realidade de cada município antes de impor qualquer uniformização previdenciária”, afirmou o presidente da Câmara.

A CNM, presidida por Paulo Ziulkoski, entidade que indicou a PEC 66, que contempla quatro pontos, sendo o parcelamento especial das dívidas dos Municípios junto ao Regime Geral e aos respectivos Regimes Próprios da Previdência Social (RPPS), um novo modelo de quitação de precatórios pelos Municípios, a equiparação das regras de benefícios dos RPPS municipais às da União (Reforma previdenciária) e a desvinculação de receitas.

Hugo Motta adota um tom conciliador, destacando que a Câmara dos Deputados manterá um canal aberto de escuta com a CNM e os gestores municipais para aprimorar a proposta. “Como Casa do Povo, nosso dever é promover um debate democrático, que respeite a autonomia dos municípios e busque soluções sustentáveis”, afirmou.

Segundo ele, a atuação das comissões temáticas e frentes parlamentares será fundamental para garantir que a tramitação da PEC 66 leve em conta as múltiplas realidades do Brasil.

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O pacote de medidas defendido pela CNM faz parte de esforços para aliviar a pressão nas finanças públicas de forma sustentável, razão pela qual a emenda construída pela entidade com apoio parlamentar foi batizada de PEC da Sustentabilidade Fiscal. A expectativa é que os Municípios possam honrar pagamentos, uma vez que as condições estarão facilitadas

Além da PEC 66, Motta também chamou atenção para temas como o aprimoramento das regras de pagamento de precatórios e a substituição do indexador da dívida previdenciária municipal. Ele alertou que decisões unilaterais podem colocar em risco a capacidade de investimento das prefeituras e a continuidade dos serviços públicos essenciais.

Por Wal Lima
postado em 20/05/2025 12:28 / atualizado em 20/05/2025 15:20
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