
O padre e influenciador Patrick Fernandes foi ouvido nesta quarta-feira (21/5) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal. Durante a oitiva, ele fez duras críticas à indústria das apostas esportivas e alertou sobre os impactos psicológicos e sociais que o vício em jogos on-line vem provocando.
“Não é jogar por jogar. Temos que tratar isso como algo que precisa ser tratado. É caso de saúde pública”, afirmou.
O religioso revelou que tem sido procurado por pessoas e famílias que sofrem com os danos causados pelas apostas. “Semanalmente, duas pessoas me procuram. Quem nos busca são familiares de quem está vivendo esse drama”, relatou. Para ele, os danos vão além das perdas financeiras. “Dinheiro a gente recupera. Existem pessoas que estão vivendo um drama de se sentirem acorrentadas”, disse.
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Durante a sessão, padre Patrick destacou ainda que os influenciadores que divulgam as casas de apostas não são consumidores dos jogos. “A verdade mesmo é que essas pessoas não jogam. Eles só ganham com quem está perdendo”, denunciou. Ele também apontou para uma responsabilidade moral de quem atua nas redes: “Nós que estamos na internet temos que ter um posicionamento contrário”.
Assista:
O senador Izalci Lucas (PL-DF), membro da CPI, questionou quais medidas o padre influencer consideraria eficazes para combater o problema. O religioso defendeu a criação de políticas públicas e ações de saúde mental direcionadas ao vício em jogos. “Não adianta chegar para um viciado e dizer que pare. A pessoa tem abstinência. Isso precisa de cuidado profissional”, completou.
Em seu depoimento, Patrick também mencionou o trabalho da Fazenda da Esperança, comunidade terapêutica onde também são acolhidas pessoas com dependência em jogos. Ele defendeu que a CPI seja “a luz na vida dessas pessoas” e pediu que o Congresso enfrente o problema com seriedade. “Essa ilusão de vida fácil destrói pessoas simples, que se privam do mínimo para viver”, alertou.
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*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro