
A Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira (17/6), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL) na investigação da chamada Abin Paralela, um esquema de espionagem ilegal montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Atualização feita 23h20 do dia 17 de junho: diferente do informado anteriormente pela PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado pelo caso. A Polícia Federal apontou indícios de autoria e materialidade de Jair Bolsonaro no caso, mas entendeu que o ex-presidente já foi indiciado por organização criminosa no caso da tentativa de golpe de Estado e, por isso, não o indiciou novamente neste caso.
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No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a corporação também indicou o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor geral do órgão, e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). Ao todo, 35 pessoas foram indiciadas.
A PF aponta que a Abin paralela era usada em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. O objetivo seria encontrar situações que desabonasse críticos do governo e criar informações falsas para atacar personalidades que pudessem prejudicar eventual reeleição do ex-chefe do Planalto.
Várias autoridades, políticos e jornalistas foram monitorados conforme apurou a investigação, entre eles Arthur Lira (PP-AL) que na época era presidente da Câmara dos Deputados e os ministros do STF Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luiz Roberto Barroso e Luiz Fux.
Tentativa de Golpe
Bolsonaro e Ramagem são réus na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado nas eleições presidenciais de 2022. A PF viu relação entre os dois casos, compartilhou provas, e dedicou um capítulo no relatório sobre as conexões entre a "Abin paralela" e a trama golpista.
Na investigação do golpe, agentes da PF recuperaram arquivos deletados no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com detalhes sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo”. A trama golpista previa reverter o resultado das eleições de 2022, além do planejamento de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
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A Polícia Federal aponta que Ramagem orientou o presidente a atacar a credibilidade das urnas e adotar uma estratégia mais hostil no enfrentamento contra “o sistema”.
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