INVESTIGAÇÃO

Carlos Bolsonaro e Ramagem são indiciados pela PF em inquérito da ABIN paralela

Investigação apontou que estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi utilizada para monitorar políticos, autoridades e jornalistas durante a gestão de Jair Bolsonaro

A PF aponta que a Abin paralela era usada em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares -  (crédito: Reprodução/Instagram @carlosbolsonaro)
A PF aponta que a Abin paralela era usada em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares - (crédito: Reprodução/Instagram @carlosbolsonaro)

Polícia Federal indiciou, nesta quarta-feira (17/6), o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL) na investigação da chamada Abin Paralela, um esquema de espionagem ilegal montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Atualização feita 23h20 do dia 17 de junho: diferente do informado anteriormente pela PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi indiciado pelo caso. A Polícia Federal apontou indícios de autoria e materialidade de Jair Bolsonaro no caso, mas entendeu que o ex-presidente já foi indiciado por organização criminosa no caso da tentativa de golpe de Estado e, por isso, não o indiciou novamente neste caso.

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No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a corporação também indicou o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor geral do órgão, e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). Ao todo, 35 pessoas foram indiciadas. 

A PF aponta que a Abin paralela era usada em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. O objetivo seria encontrar situações que desabonasse críticos do governo e criar informações falsas para atacar personalidades que pudessem prejudicar eventual reeleição do ex-chefe do Planalto. 

  • Lula ao telefone
    Lula ao telefone Ricardo Stuckert/PR
  • Datafolha aponta possíveis cenários para as eleições de 2026
    Datafolha aponta possíveis cenários para as eleições de 2026 Fabio Rodrigues Pozzebom e Lula Marques/Agência Brasil
  • Tenente-coronel Mauro Cid
    Tenente-coronel Mauro Cid Evaristo Sa/AFP
  • Em entrevista à Folha de S.Paulo, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro disse compreender a fuga da parlamentar e interpretou o ato como um
    Em entrevista à Folha de S.Paulo, o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro disse compreender a fuga da parlamentar e interpretou o ato como um "desespero" diante da situação ED ALVES/CB/D.A.Press / Marcos Corrêa/PR
  • Mauro Cid ao lado do advogado no STF durante interrogatório dos réus da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado
    Mauro Cid ao lado do advogado no STF durante interrogatório dos réus da ação penal que apura tentativa de golpe de Estado Rosinei Coutinho/STF
  • Com o requerimento aprovado, a derrubada do decreto que aumento o IOF será apreciada diretamente em Plenário, sem passar pelas Comissões da Câmara
    Com o requerimento aprovado, a derrubada do decreto que aumento o IOF será apreciada diretamente em Plenário, sem passar pelas Comissões da Câmara Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados/Agência Câmara
  • Eduardo Bolsonaro se disse perseguido e pedirá
    Eduardo Bolsonaro se disse perseguido e pedirá "asilo" ao governo dos Estados Unidos Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Várias autoridades, políticos e jornalistas foram monitorados conforme apurou a investigação, entre eles Arthur Lira (PP-AL) que na época era presidente da Câmara dos Deputados e os ministros do STF Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Luiz Roberto Barroso e Luiz Fux. 

Tentativa de Golpe

Bolsonaro e Ramagem são réus na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado nas eleições presidenciais de 2022. A PF viu relação entre os dois casos, compartilhou provas, e dedicou um capítulo no relatório sobre as conexões entre a "Abin paralela" e a trama golpista.

Na investigação do golpe, agentes da PF recuperaram arquivos deletados no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, com detalhes sobre o plano “Punhal Verde e Amarelo”. A trama golpista previa reverter o resultado das eleições de 2022, além do planejamento de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

A Polícia Federal aponta que Ramagem orientou o presidente a atacar a credibilidade das urnas e adotar uma estratégia mais hostil no enfrentamento contra “o sistema”.

 

postado em 17/06/2025 09:10 / atualizado em 18/06/2025 00:00
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