CONGRESSO

Oposição espera mais de 310 votos para barrar aumento do IOF

Deputado Sóstenes Cavalcante acusa governo de desorganização e critica ministro da Fazenda; votação que pode sustar decreto de Lula começou na tarde desta quarta-feira (25/6)

Parlamentar também apontou o que chamou de
Parlamentar também apontou o que chamou de "incoerência" do Executivo ao responsabilizar a oposição por um possível contingenciamento orçamentário - (crédito: Danandra Rocha/CB/DA.Press)

O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, acredita ter os votos necessários para aprovar, nesta quarta-feira (25/6), o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que susta o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), autorizado pelo governo federal. Segundo parlamentares ligados ao bloco oposicionista, a expectativa é reunir pouco mais de 310 votos — número considerado confortável para aprovar a matéria. A sessão, de caráter semipresencial, começou agora à tarde.

O texto foi incluído na pauta extraordinária pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). A inclusão, anunciada na noite ontem (24) pelas redes sociais do parlamentar, gerou reação do governo, que acusou a oposição de atropelar a discussão e de tentar deslegitimar o debate.

Líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ) demonstrou surpresa na coletiva. Ele relatou que não “houve diálogo” sobre a movimentação e questionou o fato de o relator do projeto ser o deputado Coronel Crisóstomo (PL-RO), membro da oposição, ter sido o escolhido, encarando como “provocação”.

Sóstenes comentou que a crítica não se sustenta e chamou a base de “analógica” por não se lembrar da votação. Ele defendeu a legitimidade do relator escolhido e devolveu as acusações com críticas à condução política e fiscal do governo federal.

“Qualquer parlamentar nesta Casa pode relatar qualquer matéria [...]. O Coronel Crisóstomo tem legitimidade, nosso apoio e será o relator da sustação. Não cabe a crítica do deputado Lindbergh. Nós vamos aprovar esse relatório com ampla maioria”, disse Sóstenes.

O líder do PL também apontou o que chamou de “incoerência” do Executivo ao responsabilizar a oposição por um possível contingenciamento orçamentário. Segundo ele, “cabe ao governo resolver os seus problemas”, como a greve dos auditores da Receita Federal, que já dura mais de 200 dias.

“Querem colocar na conta da oposição cortes de gastos que o governo é quem tem que fazer”, frisou. Segundo Sóstenes Cavalcante, os auditores da Receita disseram que essa greve já impacta em mais de R$ 30 bilhões no orçamento de 2025.

Se a votação for aprovada hoje na Câmara, o projeto seguirá para análise no Senado Federal.

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postado em 25/06/2025 14:47 / atualizado em 25/06/2025 15:00
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