
Depois da derrota acachapante do governo no Congresso na quarta-feira (25/6), com votos em peso de partidos com ministros na Esplanada, o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) disse que o União Brasil nunca embarcou no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O partido, que tem 60 deputados e tem três ministérios, ameaça romper com o Executivo desde o ano passado.
“O União nunca embarcou no governo. O partido é formado de uma base de centro-direita que na grande maioria não votou no Lula, oriunda de uma base DEM e PSL que não votavam com o Lula e com um projeto de poder liberal e de centro”, disse Danilo Forte ao Correio.
Embora presente no primeiro escalão da Esplanada, a sigla sempre votou de forma independente — atrapalhando a aprovação de matérias patrocinadas pelo Executivo — e na última quarta votou em peso para derrubar o decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para Forte, cargos no governo não interessam mais ao partido.
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“O União não é o perfil do governo do presidente Lula, principalmente como o governo está entendendo que precisa ser feito. O União é um partido reformista, vota as reformas da economia, mas é um partido que não vai ter um vínculo ideológico jamais com o PT. Então tentar criar subterfúgio, dizer que cargo vai cooptar o União, não vai”, pontuou o parlamentar.
O União e o Progressistas (PP) oficializaram em abril a federação que formou o maior grupo do Congresso, sendo 20% do total da Câmara (109) e 14 dos 81 senadores. A federação é presidida por Antonio Rueda (União Brasil) e por Ciro Nogueira (PP), que foi ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL) e é provavelmente o cacique partidário que mais se posiciona publicamente contra as medidas do governo Lula.
Para Danilo Forte, o União Brasil precisa se consolidar como uma sigla com visão e atuação claras, inclusive lançando um candidato à presidência da República para se colocar no jogo e definir uma “cara” do partido.
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“Desde fevereiro de 2023 eu trabalho para que o União tenha explicitamente um projeto de poder. Porque inclusive isso consolida o partido como partido político de fato. Por enquanto, ainda é um aglomerado. Precisa ter cara, precisa ter projeto político. Eu sou favorável que o (Ronaldo) Caiado seja candidato. Eu acho que ele pode criar uma cara para o partido”, afirmou.
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