
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 60 dias o inquérito que apura a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A decisão foi tomada ontem em função de solicitação da Polícia Federal (PF), apresentada em 3 de julho. Segundo o magistrado, a medida se justifica pela "necessidade de continuidade das investigações e da realização de diligências pendentes".
O inquérito foi instaurado em maio, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), com base em declarações recorrentes do deputado, nas quais ele afirmava estar "se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal". A investigação tem como objetivo verificar se houve tentativa de influenciar ou intimidar o andamento o processo no STF relacionado à tentativa de golpe de Estado, além de apurar eventuais ações voltadas a obstruir as investigações sobre a trama. Eduardo Bolsonaro sustenta que ele e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, são alvo de perseguição política.
Em resposta ao pedido inicial da PGR, Moraes determinou o monitoramento das redes sociais do parlamentar e autorizou a oitiva de Bolsonaro e do deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara. Eduardo licenciou-se do mandato em março e, desde então, reside nos EUA.
Na solicitação, a PGR também defendeu a oitiva do ex-presidente, sob o argumento de que ele teria sido diretamente beneficiado pela conduta investigada e já declarou ser o responsável financeiro pela permanência de Eduardo nos EUA. Na ocasião, afirmou ter ajudado o filho financeiramente com um Pix de R$ 2 milhões.
Enquanto isso, Eduardo mantém-se ativo na campanha contra o STF. Além de exultar com a postagem, em defesa do seu pai, do presidente Donald Trump, na segunda-feira, concedeu entrevista ao extremista Steve Bannon. O deputado licenciado afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "morto" e não conseguirá manter-se no poder nas próximas eleições presidenciais.
"As pessoas estão percebendo que o Lula não é aquilo que parecia ser", afirmou, acrescentando que seu pai continua politicamente forte, apesar das ações judiciais.
Bannon, por sua vez, disse que Trump estaria aborrecido com o Brasil. "Acredito que haverá severas sanções financeiras contra Moraes. Há dezenas de pessoas trabalhando nisso, tanto no Executivo quanto no Congresso, e veremos o resultado em algumas semanas", disse ao portal UOL, acrescentando que "somos grandes apoiadores do movimento Bolsonaro desde que o conhecemos, em 2017".
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