
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro alegou, ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (22/8), que as trocas de mensagens com o advogado Martin de Luca, que representa a Trump Media e a plataforma Rumble, são anteriores às medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Martin ficou conhecido por representar as empresas em ações judiciais na justiça norte-americana contra Alexandre de Moraes. Trecho do relatório da Polícia Federal (PF), apresentado ao STF na última quarta-feira (20), mostra Bolsonaro buscando orientação do advogado sobre como reagir às tarifas de importação que a administração Trump impôs ao Brasil.
Ao ministro Alexandre de Moraes, a defesa do ex-presidente, indiciado por coação na ação penal da tentativa de golpe de Estado, aponta que Martin de Luca não é investigado e que não há qualquer proibição de contato entre ele e Bolsonaro.
“O relatório traz salto (i)lógico que nem mesmo o recorte de mensagens da Polícia Federal é capaz de sustentar”, afirma a defesa que também chama o documento da PF que expôs a troca de mensagens de “vazio de indícios”. Os advogados concluem que a inclusão da troca de mensagens com o advogado no inquérito é uma tentativa de censura de pessoas que possam compartilhar o mesmo matriz político.
O que diz o relatório
O documento apresentado pela PF mostra que Bolsonaro buscou orientações de Martin de Luca a respeito de uma carta a ser publicada na rede social X, antigo Twitter, sobre o tarifaço.
No relatório, Martin também aparece enviando ao ex-presidente uma petição da Rumble, plataforma de vídeos popular entre grupos conservadores nos Estados Unidos, apresentada à justiça dos Estados Unidos em 14 de julho. O objetivo do documento seria suplementar uma ação movida contra o ministro Alexandre de Moraes.
Junto com Trump Media, a plataforma está envolvida em disputas judiciais na justiça norte-americana contra Alexandre de Moraes. A PF afirma que as mensagens demonstram um “cenário de ações previamente ajustadas” entre Bolsonaro e o representante judicial da Rumble, Martin de Luca.
Outras mensagens apresentadas ao STF mostram que o ex-presidente e o advogado coordenaram ações de divulgação de conteúdos nas redes sociais. A PF também aponta que Bolsonaro atuava de forma subordinada a interesses de agentes estrangeiros com o objetivo de obter apoio a pretensões pessoais, implementando ações criminosas de coação a membros da Suprema Corte.
O que diz o advogado
Em nota publicada no perfil pessoal no X, Martin de Luca afirma que Moraes e a PF utilizam uma “manobra desesperada” ao tratar uma “correspondência profissional de rotina como evidência de subordinação estrangeira”.
“Como advogado americano, costumo fornecer orientação jurídica e de comunicação. Esse é o meu trabalho”, declara Martin. “Por essa lógica, qualquer líder político que consulte um advogado, redator de discursos ou estrategista deve estar conspirando para derrubar a democracia”.
O representante da Trump Media também afirma que Moraes conduz uma “campanha de censura implacável” contra aqueles que o criticam e que a responsabilização do ministro do STF virá pela justiça norte-americana.
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