
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (25/8) que a visita de Estado feita pelo presidente da Nigéria, Bola Tinubu, representa a “volta do Brasil ao continente africano”. Os dois se reuniram no Palácio do Planalto, e fizeram declaração conjunta à imprensa.
O petista lamentou o distanciamento entre os dois países nos últimos anos, e defendeu que o fluxo comercial com a Nigéria precisa ser aumentado, bem como a cooperação em áreas como a cultura, tecnologia, agricultura e ciência. Reafirmou também, com Tinubu, o respeito às regras internacionais de comércio.
“O Brasil tem uma preocupação muito particular e peculiar com a nossa relação com África e com todo o continente africano. O Brasil tem noção do que significa a nossa história, nossa cultura, o nosso jeito de ser, a nossa cor, nossa alegria, nossa música, com 350 anos de escravidão a que o povo negro africano foi submetido aqui no Brasil”, disse o presidente.
“E a única forma de a gente pagar não pode ser mensurada em dinheiro, tem que ser mensurada em solidariedade, em alinhamento político e cultural”, acrescentou.
Lula comentou ainda que a visita do presidente Tinubu representa “a volta do Brasil ao continente africano”, e lamentou que governos anteriores tenham reduzido a cooperação com a Nigéria — país mais populoso da África e uma das maiores economias do continente.
“De US$ 10 bilhões (de fluxo comercial) em 2014, passamos a US$ 2 bilhões em 2024. Não foi por acaso. Nos últimos governos, o Brasil se distanciou da África. Duas das maiores economias da América Latina e da África devem ter um intercâmbio muito maior”, disse o líder brasileiro. “Decidimos que essa situação precisava mudar”, emendou.
Cooperação
Os dois chefes de Estado e ministros assinaram hoje cinco acordos de cooperação em áreas como serviços aéreos, formação de diplomatas, ciência e tecnologia, e uma cooperação entre o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Agricultura da Nigéria.
No setor aéreo, os dois países preparam a abertura de uma rota sem escalas entre Lagos e São Paulo.
“Nesse momento em que ressurge o protecionismo e o unilateralismo, Nigéria e Brasil afirmam sua aposta no livre comércio”, declarou o chefe do Executivo.
Mudanças climáticas
Lula também reforçou que os países menos desenvolvidos são os mais afetados pelas mudanças climáticas, e os que menos contribuem para a destruição do meio ambiente. Também convidou a Nigéria a contribuir com o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será lançado na COP30, em novembro.
“A África é a região do mundo que menos emite gases de efeito estufa, mas uma das que mais sofre as consequências perversas do aquecimento global”, frisou.
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