O PL tenta contornar a insatisfação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para mantê-lo na sigla. O Correio ouviu na sexta-feira (8) e neste sábado (9) nomes-chave da sigla no Congresso, que minimizaram as declarações recentes do parlamentar, que segue nos Estados Unidos, e disseram esperar que o impasse se resolva em breve.
“O Eduardo Bolsonaro está passando um dos piores momentos de sua vida com a prisão do pai, e a adaptação a outra cultura. Tenho convicção de que vamos dialogar e essa insatisfação dele vai passar”, disse o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), ao Correio.
Ao longo da última semana, o filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) demonstrou discordâncias com decisões internas da cúpula do partido, especialmente com a postura do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, sobre a obstrução da oposição na Câmara e no Senado para aprovar uma anistia aos golpistas do 8 de Janeiro.
"Não estou satisfeito. Deixei isso claro para Valdemar (Costa Neto). O partido não ajuda em nada. Hoje, não penso em sair. Mas até março (do próximo ano) posso avaliar para sair”, disse o deputado à CNN na sexta-feira (8). Na entrevista, o parlamentar também disse não se sente apoiado pela sigla em seus projetos.
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Já o senador Rogério Marinho (PL-RN), que esteve à frente da ocupação do plenário do Senado, negou que a postura de Valdemar tenha sido de se opor aos movimentos no Congresso. O congressista disse ao Correio que o presidente do PL apoiou a bancada e que os parlamentares não viram qualquer omissão por parte do cacique.
Valdemar declara apoio
Procurado pelo Correio na sexta-feira (8), Valdemar disse que foi orientado por seus advogados a não dar entrevistas sobre o assunto. Neste sábado, no entanto, publicou uma nota em apoio aos parlamentares de oposição que entraram na mira da Presidência da Câmara.
“É importante esclarecer que as manifestações realizadas no plenário tiveram caráter pacífico e legítimo, com o objetivo de resgatar a discussão e a votação da pauta da anistia, bem como de reforçar a defesa da autonomia entre os Poderes”, afirmou.
“O PL expressa total apoio aos seus parlamentares, que agiram movidos pela responsabilidade de representar milhões de brasileiros que esperam que suas vozes sejam ouvidas. Confiamos no devido processo legal e nas instâncias competentes para que se reconheça a legitimidade de suas ações”, diz a nota publicada por Valdemar.
Na sexta-feira, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Corregedoria da Casa representações contra 13 deputados bolsonaristas — 12 deles do PL — pela obstrução dos trabalhos na última semana e por supostas condutas que configurariam quebra de decoro parlamentar. Os deputados podem ter seus mandatos suspensos por até seis meses.
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