
O desfile cívico-militar de 7 de Setembro, ontem na Esplanada, deixou de lado a solenidade tradicional e assumiu um caráter político. Sob os temas Brasil dos Brasileiros, COP30 e Brasil do Futuro, a celebração da Independência ocorreu em um contexto de tensão e expectativa: a semana em que teve início o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados no Supremo Tribunal Federal, acusados de tentativa de golpe de Estado, e no rastro da decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros.
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Antes mesmo do início oficial da cerimônia, quando iniciou a vistoria das tropas em carro aberto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ovacionado pelo público que acompanhava a transmissão pelos telões. Em coro, as arquibancadas ecoaram o grito: "Lula, guerreiro do povo brasileiro". O presidente, ao lado da primeira-dama Janja, acenava sem parar, atento aos militares e à plateia.
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Ao chegar à tribuna destinada às autoridades, Lula ficou ao lado, durante todo o desfile, de Janja; do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e da mulher, Lu Alckmin; além do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que compareceu acompanhado da mulher, Luana Medeiros, e dos filhos pequenos. A presença de Motta foi interpretada como um gesto político de unidade entre Executivo e Legislativo.
Além de acenos constantes, o presidente cumprimentou cada uma das crianças que estavam no espaço. Janja também teve protagonismo: fez o gesto do "L", marca registrada do lulismo, e, depois, formou um coração com as mãos, inspirado na cultura coreana, aproximando-se da plateia. Brincou com a meninada e reforçou o tom familiar e popular do evento.
Um dos momentos mais marcantes ocorreu quando estudantes estenderam uma bandeira gigante do Brasil e outra com os dizeres "Brasil Soberano". A cena foi interpretada como tradução visual do mote do governo Lula em meio às pressões internacionais. O lema buscou reafirmar que o país não cederá a "chantagens" externas, em referência ao tarifaço de Donald Trump, ao mesmo tempo em que defende a responsabilização dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e na suposta tentativa de golpe de Estado
O palanque das autoridades reuniu ministros de diferentes áreas, como Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência), Márcio França (Empreendedorismo), Anielle Franco (Igualdade Racial), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Renan Filho (Transportes), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Jader Barbalho Filho (Cidades), Sonia Guajajara (Povos Indígenas), José Múcio Monteiro (Defesa), Alexandre Padilha (Saúde), Margareth Menezes (Cultura), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação), Camilo Santana (Educação), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), André Fufuca (Esporte), Celso Sabino (Turismo), Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional), Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União), Wolney Queiroz (Previdência Social), Márcia Lopes (Mulheres) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar).
Às 11h15, a apresentação da Esquadrilha da Fumaça encerrou a cerimônia. Lula quebrou o protocolo de segurança: desceu da área reservada e seguiu até as arquibancadas cumprimentar a população. Ele também fez questão de cumprimentar um grupo de jovens músicos de Salvador, que fazem parte dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), reforçando sua popularidade. O presidente não deu declarações à imprensa.
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