
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) classificou como histórico o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, além de penalizar também todos os militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Em pronunciamento, na saída do STF, por volta das 21h, o parlamentar destacou que a decisão encerra de vez o poder moderador das Forças Armadas sobre a vida política brasileira.
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“Nós tivemos por um triz de entrar numa nova ditadura militar, um fechamento do Congresso, do Supremo, prisões, torturas, desaparecimentos, censura, fim da liberdade de organização. E eles normalizaram isso. O que aconteceu aqui hoje é fundamental em 130 anos de República. Nunca um general pegou uma cana que vai durar 23 anos, 25 anos, etc. Generais, almirantes, ou seja, acabou a tutela militar no nosso país”, declarou.
Valente afirmou ainda que o julgamento reforça a imagem do Brasil no cenário internacional, diante de pressões externas. “O Brasil está dando exemplo para o exterior. Porque a intervenção de Trump no Brasil para libertar uma figura esotérica como Bolsonaro, um genocida, é um absurdo total. Nós estamos dando uma resposta à altura. O Brasil dá exemplo de democracia nesse momento”.
O deputado também criticou a tentativa de setores bolsonaristas de promover a anistia, classificando a prática como uma continuidade do golpe. “Nós temos que, de vez, acabar com essa ideia de que existe um golpe continuado, que anistia é golpe continuado, passar a blindagem dos deputados lá é golpe continuado, usar as emendas parlamentares para corromper a democracia brasileira comprando votos que os reeleger. Tudo isso se chama golpe continuado”, afirmou.
Em tom pessoal, Ivan Valente lembrou a trajetória de resistência à ditadura militar e resgatou episódios de impunidade. “Quem fala aqui é quem ficou 10 anos na cadeia e na clandestinidade, na tortura. Eu passei uns três dias aqui ( no STF) porque eu queria ver o Brasil se libertar do fantasma, inclusive da anistia de 79, onde os torturadores foram simplesmente blindados. Por isso é que nós estamos aqui hoje, pela democracia, pela igualdade social, por um projeto de nação para esse país e pelo combate ao retrocesso civilizatório”, finalizou.
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