Congresso

Silêncio de Hugo Motta amplia crise da PEC da Blindagem

Presidente da Câmara some após protestos contra proposta; Senado se mobiliza para barrar avanço do texto

Em João Pessoa (PB) e Natal (RN), o parlamentar do Republicanos foi alvo direto de críticas durante atos neste domingo (21) -  (crédito: Platobr Politica)
Em João Pessoa (PB) e Natal (RN), o parlamentar do Republicanos foi alvo direto de críticas durante atos neste domingo (21) - (crédito: Platobr Politica)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), responsável pela aprovação da chamada PEC da Blindagem, sumiu do debate público desde a última sexta-feira (18/9). Na data, ele anunciou o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do PL da anistia, mas não voltou a se pronunciar. O silêncio persiste mesmo após a onda de manifestações que levaram milhares de pessoas às ruas em capitais e cidades de médio porte.

Em João Pessoa (PB) e Natal (RN), o parlamentar foi alvo direto de críticas; em São Paulo, levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap contabilizou mais de 40 mil pessoas reunidas na Avenida Paulista.

No Senado, a articulação caminha para enterrar a proposta. O presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), encaminhou o texto à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e o relator, Alessandro Vieira (MDB-SE), deve apresentar, na próxima quarta-feira (24), parecer pela rejeição. Senadores de diferentes partidos já se manifestaram contra, como Soraya Thronicke (Podemos-MS) que afirmou que “A Câmara dos Deputados parou o país para resolver problemas pessoais de alguns membros”. 

A sociedade civil também intensificou as críticas. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) divulgou nota de repúdio, destacando que a PEC fragiliza a transparência e amplia mecanismos de impunidade ao restabelecer o voto secreto em processos disciplinares. O movimento alertou ainda que a proposta ameaça o equilíbrio entre os Poderes e amplia o foro privilegiado, alcançando inclusive presidentes nacionais de partidos com representação no Congresso. A entidade questiona: “Quem protegerá a sociedade brasileira das incongruências do próprio Congresso Nacional?”

O distanciamento de Motta diante da repercussão negativa contrasta com a intensidade da reação política e social. A ausência de explicações públicas reforça a expectativa de que a PEC da Blindagem será derrotada no Senado nos próximos dias, após enfrentar forte mobilização de parlamentares contrários e crescente pressão das ruas.

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postado em 22/09/2025 12:06 / atualizado em 22/09/2025 12:07
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