
Um dia depois dos protestos nacionais contra a anistia e a PEC da Blindagem, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (22/9) que “é o momento de tirar da frente todas essas pautas tóxicas”. Os atos ocorreram em todas as capitais do país e foram uma reação à aprovação, pela Câmara, da Proposta de Emenda à Constituição que blinda parlamentares de processos judiciais, além da tramitação em regime de urgência do projeto de lei que concede anistia.
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“É chegado o momento de tirarmos da frente todas essas pautas tóxicas. Talvez a Câmara dos Deputados tenha tido, na semana passada, a semana mais difícil e mais desafiadora. Mas este presidente que vos fala... nós decidimos que vamos tirar essas pautas tóxicas porque ninguém aguenta mais essa discussão”, declarou Motta. Segundo ele, o Congresso precisa voltar a debater temas estruturais, como reforma administrativa, mudanças no imposto de renda e segurança pública.
Motta deu as declarações durante um evento voltado ao mercado financeiro em São Paulo. Ao ser questionado sobre as manifestações, ele disse que tanto os atos contrários quanto os favoráveis à anistia — que ocorreram semanas atrás — são sinais de vitalidade democrática. “Isso demonstra que a nossa população está nas ruas defendendo aquilo em que acredita, e eu tenho um respeito muito grande pelas manifestações populares”, afirmou o presidente da Câmara.
Apesar da pressão popular, o parlamentar destacou que o Congresso tem conseguido avançar em pautas importantes que, segundo ele, acabam recebendo menos visibilidade por conta do noticiário focado em temas polêmicos. “O Parlamento tem conseguido aprovar matérias importantes que acabam não tendo muita visibilidade porque a pauta que vemos o noticiário liderar é sempre a pauta do conflito, a pauta que anima esses polos e deixa aqueles assuntos bem mais importantes num segundo plano”, disse.
Para Motta, o desafio é construir uma nova agenda legislativa que supere a polarização. “O Brasil tem que olhar pra frente, tem que discutir aquilo que realmente importa. É preciso olhar para essa nova perspectiva de inaugurar uma agenda que saia dessa dicotomia que nada serve ao país”, defendeu. O discurso do presidente da Câmara indica uma tentativa de distensionar o clima político após uma semana marcada por confrontos e mobilizações populares.
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