O julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) teve momentos de leveza nesta quarta-feira (11/9), em meio às discussões densas. A ministra Cármen Lúcia protagonizou passagens de descontração ao interagir com os colegas de Corte, especialmente com o ministro Flávio Dino.
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Durante a sessão, Dino pediu a palavra e foi prontamente autorizado. "Todos! Desde que rápido. Nós mulheres ficamos caladas, temos o direito de falar", respondeu a ministra, em tom enfático. Em seguida, completou: "Está no regimento."
O episódio contrasta com a postura adotada na véspera pelo ministro Luiz Fux, que declarou não conceder apartes enquanto apresentava seu voto, justificando que não gostaria de ser interrompido "para não perder o fio da meada".
Já Cármen adotou um caminho diferente. Quando Dino voltou a interrompê-la, a ministra reafirmou sua disposição: "Concedo todos [os apartes], desde que rápidos, porque nós mulheres ficamos 2.000 anos caladas e queremos ter o direito de falar."
Entre uma fala e outra, o clima de bom humor persistiu. Ao anunciar que passaria à leitura de seu voto, a ministra explicou que havia levado o texto em papel, mas não seguiria cada linha. Dino não perdeu a chance de brincar: "Mas o voto é eletrônico no Brasil."
A magistrada ainda revelou a extensão de sua análise. "Eu escrevi 396 páginas, mas não vou ler, vou ler um resumo, não se preocupem", disse. E completou, reforçando o espírito de abertura ao debate: "O debate faz parte dos julgamentos, tenho o maior gosto em ouvir. Eu sou da prosa."
O que diz a ministra Cármen Lúcia
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Disponibilidade para apartes: A ministra Cármen Lúcia se mostrou aberta a conceder a palavra aos colegas, ao contrário de outros ministros. Ela permitiu interrupções, desde que fossem rápidas, reforçando que o debate é parte essencial do julgamento.
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Contraste com outros ministros: A postura de Cármen Lúcia contrasta com a do ministro Luiz Fux, que na véspera havia declarado que não concederia apartes para não perder o raciocínio de seu voto.
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Tom de descontração: As interações da ministra com o ministro Flávio Dino trouxeram momentos de leveza à sessão. Eles trocaram brincadeiras, como a de Dino sobre o voto eletrônico e a da ministra sobre as mulheres terem o direito de falar após 2.000 anos caladas.
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Voto extenso: A ministra mencionou que havia preparado um voto de 396 páginas, mas tranquilizou os presentes dizendo que leria apenas um resumo. Ela finalizou reafirmando sua preferência pelo debate e pela "prosa" durante os julgamentos.
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