Julgamento

Defesa de Bolsonaro volta a criticar STF e pede decisão "técnica e jurídica"

Advogado Paulo Cunha Bueno reforça expectativa por absolvição e questiona votos de Moraes e Dino

O advogado disse não ter se encontrado com Bolsonaro, mas adiantou que deve visitá-lo ao longo do dia. -  (crédito: Khalil Santos/ CB)
O advogado disse não ter se encontrado com Bolsonaro, mas adiantou que deve visitá-lo ao longo do dia. - (crédito: Khalil Santos/ CB)

O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (11/9), na entrada do Supremo Tribunal Federal (STF), que a defesa espera votos “pautados por argumentos técnicos e estritamente jurídicos”, sem influência política ou ideológica. Segundo ele, se essa premissa for respeitada, a única conclusão possível será a absolvição do ex-mandatário, a exemplo do voto já proferido pelo ministro Luiz Fux.

“Que sejam pautados por argumentos técnicos e estritamente jurídicos, que não haja contaminação política ou influência de vertentes ideológicas ou políticas nos votos que serão dados”, declarou Bueno.

O advogado disse não ter se encontrado com Bolsonaro, mas adiantou que deve visitá-lo ao longo do dia. “Ontem eu saí muito tarde daqui e hoje acabei não encontrando com ele. Como ele está proibido de utilizar telefone, a gente respeita as cautelares do ministro Moraes, então é provável que ainda encontre ele ainda hoje”, relatou.

Questionado sobre a expectativa em torno dos votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin, Bueno respondeu que a defesa aguarda decisões técnicas. “Se se pautarem dessa forma, a única conclusão viável é a absolvição do presidente Bolsonaro, a exemplo do que foi dado no voto do ministro Fux”, afirmou.

O advogado voltou a criticar os votos já apresentados pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino. “O conjunto de provas do processo não tem como não indicar uma absolvição. Então, eu tenho uma discordância frontal com relação aos votos do ministro Dino e do ministro Alexandre”, disse.

Ele também rebateu questionamentos sobre uma possível incoerência no voto de Fux, que condenou envolvidos no 8 de Janeiro, mas defendeu a absolvição de Bolsonaro. “Acho que esse é um argumento muito raso e seria um argumento muito lamentável em se tratando da Suprema Corte. O aspecto aqui é outro. Nós não podemos misturar, e o ministro Fux fez essa clivagem de maneira muito clara. O caso não está vinculado ao 8 de janeiro. Mesmo entre os dois réus que foram condenados, os fatos pelos quais o ministro Fux os condenou não são o 8 de janeiro. Então não tem como nós misturarmos aqui. O 8 de janeiro foi excluído do voto do ministro Fux”, pontuou.

Bueno reforçou a tese da defesa de que o julgamento deveria estar no plenário, e não na Primeira Turma. “Primeiro que eu acho que a turma é incompetente. Isso nós temos sustentado desde o início. E o ministro Fux acolheu. A questão da competência é muito importante, porque quando você é julgado por um juiz incompetente, significa que você está sendo julgado num juízo de exceção”, afirmou.

Por fim, o jurista fez referência a como cortes internacionais poderiam avaliar a situação. “Juízo de exceção, em cortes internacionais, é interpretado como violação de direitos humanos”, disse ele, afirmando que, caso seu cliente seja condenado, eles poderiam recorrer internacionalmente.

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postado em 11/09/2025 14:36
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