
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, nesta quinta-feira (2/10), dois requerimentos para ouvir Maurício Camisotti. O empresário, considerado um dos principais suspeitos no esquema de descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões, está preso desde 12 de setembro na Superintendência da Polícia Federal.
O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), justificou o pedido ao afirmar que Camisotti é uma “figura central no esquema de descontos indevidos perpetrados contra beneficiários do INSS, esquema este que movimentou cifras bilionárias nos últimos anos”. A defesa do senador é para que a oitiva seja realizada mesmo dentro da PF, mediante autorização judicial.
Nos requerimentos, Viana destacou que a CPMI já aprovou convocações anteriores para ouvir Camisotti como testemunha e que, agora, aguarda apenas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A solicitação foi encaminhada ao ministro André Mendonça, relator de temas ligados à comissão na Corte.
A sessão de hoje também aprovou 88 outros requerimentos, incluindo pedidos de quebra de sigilos bancário e telefônico de empresários investigados e convocações de entidades ligadas às suspeitas. Entre elas está a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), apontada como uma das maiores beneficiárias dos descontos aplicados a aposentados.
Alguns requerimentos foram retirados de pauta após acordo entre o governo e a presidência da CPMI. Entre eles estavam convocações relacionadas a dirigentes da Contag e solicitações de informações sobre empresários envolvidos nos inquéritos da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). Em um dos casos, pedidos de convocação receberam 16 votos contrários e 14 favoráveis, levando ao arquivamento da matéria.
Durante as investigações, surgiram relatos de ameaças a testemunhas. Em depoimento à PF, Edson Claro Medeiros Júnior afirmou ter recebido intimidações de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. O episódio reforça, segundo parlamentares, a necessidade de aprofundar a apuração sobre os responsáveis pelo esquema fraudulento.
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