Investigação

Fux garante direito ao silêncio de ex-presidente do INSS em CPMI

Alessandro Stefanutto foi afastado do cargo após investigação apontar que ele tinha ciência de esquema fraudulento. Decisão foi criticada pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana

 Lula escolhe procurador federal como novo presidente do INSS. Gilberto Waller substituirá Alessandro Stefanutto, que foi demitido -  (crédito:  CGU/Divulgação)
Lula escolhe procurador federal como novo presidente do INSS. Gilberto Waller substituirá Alessandro Stefanutto, que foi demitido - (crédito: CGU/Divulgação)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux concedeu, nesta segunda-feira (13/10), um habeas corpus ao ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) Alessandro Stefanutto para que ele possa permanecer em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investiga fraudes na Previdência Social. A sessão teve início às 16h desta segunda. 

Além do silêncio, o ex-dirigente do INSS poderá ser acompanhado por um advogado, com quem terá comunicação irrestrita, segundo determinação do Supremo. A decisão de Fux foi criticada pelo presidente do colegiado, o senador Carlos Viana (Podemos-MG). 

“Quero aqui dizer minha colocação sobre a decisão do ministro Fux, perfeitamente dentro da legislação que já vinha sendo respeitada e de respeito a essa CPMI. Os senhores sabem da minha posição crítica em relação ao STF, em habeas corpus no mínimo suspeitos da minha parte, estranhos em dar aqui silêncio absoluto a todas as pessoas", disse Viana antes do início da CPMI. 

Em maio, a Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou que associações ofereciam e cadastravam pessoas sem autorização e com assinaturas falsa no sistema para desviar dinheiro. O esquema criminoso teria desviado mais de R$ 6,3 bilhões. 

Alessandro foi demitido do cargo de presidente do INSS em abril deste ano pela Justiça, após a Polícia Federal e a CGU apontarem que ele tinha ciência e deu o aval para esquema fraudulento que teria movimentado cerca de R$ 6 bilhões por meio de descontos indevidos de taxas associativas.

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postado em 13/10/2025 19:48
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