
O tabuleiro eleitoral em Minas Gerais começa a se mover com mais intensidade. O PSD filiará o vice-governador Mateus Simões, atualmente no Novo, em um evento previsto para o próximo dia 27, que já se coloca como pré-candidato ao governo, em 2026. A manobra tem tudo para embolar os planos do Palácio do Planalto para o estado.
Correligionário do governador Romeu Zema (Novo), pré-candidato à Presidência da República no próximo ano, Simões adiantou que a ida para o PSD é para "garantir a sucessão do governador Romeu Zema e a continuidade do nosso projeto de transformação". Essa, aliás, foi a explicação que enviou, na semana passada, a um grupo de WhatsApp com políticos do Novo. Na mesma mensagem, afirmou que pretende enfrentar "candidaturas aventureiras e o retorno dos que tanto prejudicaram Minas no passado".
"Não faço essa escolha sem reflexão, mas com convicção. A convicção de quem sabe distinguir o que é mais importante para Minas neste momento. Acredito que a força política do PSD, com a maior bancada na Assembleia e o maior número de prefeitos do estado, é essencial para enfrentar os riscos de candidaturas aventureiras e o retorno dos que tanto prejudicaram Minas no passado. O cenário atual exige um movimento firme e responsável de convergência", diz um trecho da mensagem. O comentário de Simões tem, pelo menos, dois alvos: o senador Cleitinho (Republicanos-MG) e alguém que receba o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dê a ele um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do país.
No caso do parlamentar, duas pequisas de opinião o colocam em grande vantagem sobre possíveis adversários. No levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado este mês, Cleitinho tem 40,6%, contra 13,5% de Alexandre Kalil (PDT), 13% do senador Rodrigo Pacheco (PSD) e 10,6% de Marília Campos (PT). A sondagem da Genial/Quaest, realizada em agosto, também indicava a liderança de Cleitinho, com 28%, seguido de Kalil (16%) e Pacheco (9%).
Três nomes
Além de Simões e, possivelmente, Pacheco, o PSD pode ter mais um pré-candidato nessa disputa: o senador licenciado e hoje ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, que tem sido fiel a Lula. A favor dele, contribui o fato de estar no meio do mandato no Senado, ao passo que os oito anos de Pacheco na Casa se esgotam depois das próximas eleições — Aécio Neves (PSDB) e Carlos Viana (Podemos), despontam como os candidatos mais fortes, segundo as pesquisas feitas junto ao eleitorado.
Não se afasta a possibilidade de Pacheco, Silveira ou os dois se lançarem pré-candidatos para rachar o PSD em Minas. Para o deputado federal e presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Rogério Correia (PT-MG), Pacheco se mostra como o nome mais forte para derrotar a corrente liderada por Zema e próxima do bolsonarismo.
Mas o próprio senador já fez comentários de que poderia desistir da política. Além disso, seu nome vem sendo ventilado para o Supremo Tribunal Federal, a fim de ocupar a cadeira deixada vaga com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, na semana passada.
O Palácio do Planalto poderia investir, ainda, na candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético Mineiro Alexandre Kalil, atualmente no PDT. A entrada no partido teve o endosso da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que, inclusive, esteve presente ao jantar de filiação, na semana passada.
Apesar de o PSD fazer parte do governo Lula — detém, além do Ministério das Minas e Energia, as pastas da Agricultura, com Carlos Fávaro, e da Pesca, com André de Paula —, o partido também tem vínculos com o bolsonarismo. O presidente da legenda, Gilberto Kassab, por exemplo, é secretário de Governo e Relações Institucionais do estado de São Paulo. Foi nomeado pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas, afilhado político do ex-presidente Jair Bolsonaro e que pode ser lançado à corrida presidencial de 2026.
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