
Novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Guilherme Boulos (PSol-SP), criticou, nesta quarta-feira (29/10), o balanço das mortes na operação da polícia do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho realizada nesta terça-feira (28/10).
"A cabeça do crime organizado desse país não está no barraco de uma favela, muitas vezes está na lavagem de dinheiro lá na Faria Lima (avenida conhecida como centro financeiro de São Paulo), como vimos na Operação Carbono Oculto da Polícia Federal”, disse Boulos no discurso de posse no Palácio do Planalto.
Antes da declaração, o novo ministro pediu um minuto de silência em homenagens às pessoas mortas na operação. “Antes de deixar minhas palavras para vocês aqui hoje, todos nós estamos acompanhando o que está acontecendo no Rio de Janeiro desde ontem. Antes de falar deste momento, sobre o que eu pretendo fazer no trabalho da secretaria, eu queria pedir que todos nós fizéssemos, aqui no Planalto, um minuto de silêncio, pelas vítimas desta operação, policiais, moradores, por todos eles”, afirmou.
O número de mortos na Operação Contenção, deflagrada na terça, passou de 120. Desses, quatro pessoas eram policiais do estado do Rio.
Além do presidente Lula e da preimeira-dama Janja, a cerimônia de posse do ministro Guilherme Boulos teve a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e do ex-titular da Secretaria-Geral da Presidência Marcio Macêdo.
Antes do discurso de Boulos, o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Marcio Macedo agradeceu a oportunidade de ocupar a pasta desde 2023 e saudou o novo ministro. "Que privilégio, gratidão a Deus e à história por essa convivência (no governo Lula), discursou Macêdo.
Agenda política
Guilherme Boulos, além de criticar a operação policial no Rio de Janeiro e defender a ação de inteligência da Polícia Federal na Faria Lima, adiantou quais serão suas agendas nos próximos dias. Ele mencionou os trabalhadores que atuam na escala 6 por 1.
"Meu papel nesse palácio é continuar o trabalho que Marcio fez e dar ainda mais voz aos catadores, às domésticas, aos quilombolas, povos indígenas e aos trabalhadores que não aguentam mais a vergonhosa escala 6 por 1", falou Boulos.
Na Câmara, há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSol-SP), que prevê o fim deste modo de trabalho.
O ministro de Lula, ainda, saudou o modo como o Brasil comportou-se diante do tarifaço dos Estados Unidos de 50% em produtos brasileiros importados pelos EUA. "O presidente — que para o nosso orgulho — não fala fino com os Estados Unidos e que honra a nossa bandeira e a nossa soberania", pontuou Boulos.

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