RIO DE JANEIRO

Boulos chama de 'consórcio antipatriótico' união de governadores em apoio a Castro

Intitulado Consórcio da Paz, iniciativa foi apresentada por governadores de oposição ao governo Lula após a megaoperação na capital fluminense

O ministro Guilherme Boulos, titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, chamou de "consórcio antipatriótico" a criação de um grupo de governadores em apoio ao chefe do Executivo do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). Intitulado Consórcio da Paz, iniciativa foi apresentada por governadores de oposição ao governo Lula após a megaoperação na capital fluminense.

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"Governadores de extrema-direita se reuniram para atacar o governo federal e defender a posição de Trump que qualifica o narcotráfico como terrorismo. Não é uma definição ingênua: é a base retórica que os EUA tem usado para justificar intervenção armada na América Latina. Chamaram esse encontro de 'consórcio da paz'. Na verdade é um consórcio antipatriótico, que pretende atiçar intervencionismo estrangeiro contra o Brasil", classificou Boulos, em publicação no seu perfil do X, nesta sexta-feira (31/10).

Além de Cláudio Castro, o Consórcio da Paz é formado pelos chefes dos Executivos estaduais Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás), Jorginho Mello (Santa Catarina), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul),  Tarcísio de Freitas (São Paulo) e pela vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.

O grupo foi criado na semana que as polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro comandarem na última terça-feira (28/10) uma megaoperação policial contra facção criminosa comando vermelho. A ação já mobilizou mais de 2 mil agentes e deixou mais de 100 mortos, entre civis e policiais, segundo a Defensoria Pública do Rio. 

Após a criação do grupo, Cláudio Castro relatou ter recebido gestos de "solidariedade" e apoio à operação das forças de segurança fluminense. "O assunto foi 100% Rio de Janeiro e lideranças criminosas deles que estão no estado do RJ. Eles acreditam que a solução do problema passa pelo Rio de Janeiro", declarou o governador a jornalistas após a reunião. 

Segundo Guilherme Boulos, no entanto, os governadores — todos de oposição a Lula e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro — que participam do Consórcio da Paz têm o intuito "apenas" de "usar a crise do Rio de Janeiro para fazer demagogia eleitoral". "Lamentável!", queixou-se o ministro de Lula.

A publicação que critica a formação do grupo de governadores aliados de Cláudio Castro foi um dos primeiros pronunciamentos de Guilherme Boulos à frente da Secretaria-Geral da Presidência brasileira. Ele, que assumiu o cargo na terça-feira (28), dia da operação. No discurso de posse, ele fez homenagens a policiais e moradores mortos na ação.

À ocasião, Boulos também afirmou que buscará canais de diálogo com diversos setores da sociedade. Ele, porém, disse que não vai conversar com “quem ataca a democracia e trai o Brasil”. “Aqui a missão que eu vou ter é dialogar com todo mundo, mas tem uma exceção, não tem diálogo com quem ataca a democracia e trai o Brasil, com esses não há diálogo”, afirmou.

Gleisi corrobora discurso de Boulos

Críticas direcionadas à criação do grupo Consórcio da Paz também foram feitas pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Ela diisse que o grupo de governadores “investe na divisão política” e tenta “colocar o Brasil no radar do intervencionismo militar de Donald Trump”. 

“Não conseguem esconder seu desejo de entregar o país ao estrangeiro, do mesmo jeito que Eduardo Bolsonaro e sua família de traidores da pátria fizeram com as tarifas e a Magnitsky. Segurança pública é uma questão muito importante, que não pode ser tratada com leviandade e objetivos eleitoreiros. Combater o crime exige inteligência, planejamento e soma de esforços”, completou a ministra na rede social", escreveu a ministra.

https://www.correiobraziliense.com.br/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html

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