
O senador Fabiano Contarato (PT-ES), recém-eleito presidente da CPI do Crime Organizado, afirmou que a comissão tem a missão de oferecer uma resposta “contundente” ao avanço das facções e milícias no país. Em entrevista ao Correio, ele destacou que pretende conduzir os trabalhos de forma independente e sem permitir que a investigação se transforme em um “palco político".
“Eu venho da segurança pública. Tenho minha consciência tranquila, com a minha convicção como delegado de polícia, que fui por 27 anos, mas também como professor de direito penal e processo penal”, afirmou. Segundo ele, o conhecimento técnico será um instrumento fundamental para orientar as discussões dentro da CPI, que tem 120 dias de prazo para apresentar um diagnóstico sobre a expansão do crime organizado no Brasil.
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Contarato frisou que a comissão deve funcionar com base em evidências e planejamento, e não em disputas ideológicas. “O que não podemos é tornar essa CPI um palco político para discussão partidária, porque segurança pública não tem que ser uma pauta apenas da direita, ela tem que ser uma pauta de todos nós”, disse.
A CPI, instalada nesta semana no Senado, foi criada para investigar a atuação das organizações criminosas, especialmente nos eixos de lavagem de dinheiro, ocupação territorial, sistema prisional e rotas de tráfico. O relator será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que originou a comissão.
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Para Contarato, o trabalho parlamentar tem de refletir o princípio constitucional de que a segurança pública é um direito de todos e dever do Estado. “Quando o Estado como um todo não está presente, o medo se impõe. E é a população que sofre”, afirmou.
O senador ressaltou ainda que a CPI chamará autoridades e especialistas para contribuir com propostas práticas. A ideia é que o relatório final não se limite a apontar falhas, mas apresente soluções de curto, médio e longo prazo.
“Eu espero que essa comissão tenha esse Norte, chamando autoridades, especialistas para que, ao final, aponte quais são as soluções que poderemos, a pequeno, médio, grande prazo, apresentar à sociedade.”
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Ao comentar o andamento interno dos trabalhos, Contarato disse à reportagem que pretende atuar com rigor na condução das sessões. “Estarei atento para cobrar a atenção dos colegas, se for necessário, para mantermos o foco com relação aos prazos regimentais, diante do universo complexo que estamos investigando.”
O senador capixaba, que ingressou na política em 2018 após uma carreira de quase três décadas na Polícia Civil, reforçou que sua principal meta é assegurar que a CPI não se perca em disputas partidárias e produza resultados concretos.
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