CPMI do INSS

Onyx nega relação com "Careca do INSS" e diz que tinha como foco reduzir fila de benefícios

Ex-ministro de Bolsonaro afirmou desconhecer Maurício Camisotti e que sua gestão na Previdência priorizou o controle do crédito consignado

Segundo Onyx Lorenzoni, sua gestão não tratou o tema dos descontos associativos como prioritário -  (crédito:  Edilson Rodrigues/Agência Senad)
Segundo Onyx Lorenzoni, sua gestão não tratou o tema dos descontos associativos como prioritário - (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senad)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ouviu, nesta quinta-feira (6/11), o ex-ministro do Trabalho e Previdência Onyx Lorenzoni, que comandou a pasta entre 2021 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O depoimento ocorreu no contexto das investigações sobre supostas irregularidades em descontos associativos aplicados a aposentados e pensionistas.

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Questionado pelo relator Alfredo Gaspar (PL-AL), Onyx negou qualquer tipo de vínculo com o “Careca do INSS” e com Maurício Camisotti, apontados como figuras centrais nas suspeitas. O ex-ministro afirmou que, ao assumir o cargo, recebeu de Bolsonaro a orientação de atacar dois problemas principais: o acúmulo de 2,5 milhões de processos parados e as falhas no sistema de crédito consignado.

Segundo Onyx, sua gestão não tratou o tema dos descontos associativos como prioritário, concentrando esforços em reduzir a fila de benefícios e aprimorar os controles internos do instituto. Ele relatou que o decreto de regulamentação da nova estrutura ministerial começou a ser elaborado entre agosto e setembro de 2021, sendo publicado apenas em maio de 2022.

O ex-ministro contou que trabalhou ao lado do então secretário Bruno Bianco e convidou Leonardo Rolim para chefiar a Secretaria Nacional de Previdência, por considerá-lo o mais capacitado para o cargo. Rolim, recordou ele, deixou a presidência do INSS para assumir a nova função, e José Carlos Oliveira foi nomeado para comandar o instituto.

Onyx justificou a escolha de Oliveira com base em sua experiência técnica e histórico de gestão, e destacou avanços alcançados no período, como o fim da prova de vida presencial, a contenção parcial dos problemas do consignado e a redução da fila de benefícios para cerca de 900 mil processos.

O ex-ministro ressaltou ainda que Bolsonaro garantia autonomia total aos ministros e negou qualquer interferência presidencial nas nomeações. “O presidente Bolsonaro dava autonomia completa para os ministros, para os diretores e para os presidentes estatais, para montar sua equipe de acordo com as suas escolhas pessoais”, afirmou.

Na terça-feira (5), Onyx esteve no Senado em reunião com o senador Rogério Marinho (PL-RN), integrante da CPMI. O colegiado já ouviu os ex-ministros José Carlos Oliveira e Carlos Lupi, e há acordo para convocar todos os ex-titulares da pasta desde 2015.

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postado em 06/11/2025 14:25 / atualizado em 06/11/2025 14:26
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