
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve decidir até o fim desta sexta-feira (7/11) se aceita o requerimento que une o projeto de lei do governo federal sobre organizações criminosas ao chamado “PL Antiterrorismo”, de autoria da oposição. A decisão definirá o destino das duas propostas, que tratam de temas semelhantes, mas têm abordagens distintas.
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Na quinta-feira (6), o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, se reuniu com o deputado Danilo Forte (União-CE), autor do projeto que classifica facções criminosas como organizações terroristas. Após o encontro, Rueda confirmou que o partido “fechará questão” em apoio tanto ao texto de Forte quanto ao requerimento que pede o apensamento das duas matérias.
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Com isso, a terceira maior bancada da Câmara decidiu oficialmente apoiar a tramitação conjunta do projeto da oposição — defendido pelo Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro — com o texto enviado pelo Palácio do Planalto na semana passada, apelidado de “PL Antifacção”. O movimento aumenta a pressão sobre Motta, que tem conduzido com cautela as conversas entre governo e oposição antes de tomar sua decisão.
Divergências
Tradicionalmente, pedidos desse tipo são aprovados de forma quase automática pela Mesa Diretora da Câmara, já que o Regimento Interno prevê a junção de propostas que tratam de temas correlatos. Ainda assim, diante da sensibilidade política do tema, Motta optou por ouvir os dois lados.
A oposição argumenta que a tramitação conjunta é praxe legislativa e garante coerência ao debate. Já o governo federal se opõe firmemente à ideia de unir os textos, temendo que o apensamento acabe “enterrando” o projeto do Planalto, que tem uma redação mais restrita e voltada ao combate às facções sem enquadrá-las como terrorismo.
Relatoria em disputa
Outro ponto de tensão é a relatoria. O nome mais cotado para assumir o parecer do PL Antiterrorismo é o do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, que se licenciou do cargo no governo estadual para conduzir a análise da proposta na Câmara. A indicação preocupa o Planalto, que vê na escolha um sinal de fortalecimento da ala mais conservadora da Casa.

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