
Durante a sessão da CPMI do INSS nesta segunda-feira (10/11), o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), fez duras críticas aos instrumentos jurídicos que, segundo ele, cercam os investigados por um esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas. O parlamentar reagiu à postura do empresário Igor Delecrode, que compareceu ao colegiado amparado por um habeas corpus e que lhe garantiu o direito de permanecer em silêncio.
“O cara está blindado, vem pra cá pra ficar calado. Já mostrei nos documentos o envolvimento dele no desvio de recursos de aposentados e pensionistas. Era o coração tecnológico da safadeza, e vou colocar isso no relatório. Agora chega com habeas corpus, e esse silêncio é a vitória da impunidade, é a vitória de quem sabe que o crime compensa neste país”, declarou Gaspar, em tom de indignação.
O relator afirmou que a sensação de impunidade é agravada pela influência política e pelo poder econômico de alguns investigados. “Quando o cara tem um padrinho político, quando tem dinheiro, quando tem bom advogado, no Brasil compensa roubar, compensa praticar crime”, disse. O deputado acrescentou a gravidade dos crimes cometidos na fraude do INSS. “A diferença é que não foi com revólver, foi com tecnologia, a mesma que permitiu que bilhões fossem roubados do povo brasileiro.”
Gaspar também criticou a concessão de habeas corpus e a postura de alguns parlamentares que, segundo ele, tentam barrar o avanço das investigações. “É uma vergonha ele estar blindado, é uma vergonha ele ter habeas corpus. E é uma vergonha esses políticos que dão apoio a ladrão de aposentado e pensionista. Muita gente faz discurso bonito, mas, na hora de votar convocação, tenta blindar vagabundo”, esbravejou.
Antes de encerrar sua fala, o relator destacou que os prejuízos causados aos beneficiários do INSS ainda não foram reparados. “O dinheiro do aposentado e do pensionista não está sendo devolvido. Esses criminosos não devolveram um real. O dinheiro roubado continua roubado, e a indignação do povo é com essa blindagem e essa impunidade. O que estamos vendo é um desfile de criminosos impunes”, concluiu.

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