
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (24/11), em visita oficial a Maputo, que o Brasil está pronto para inaugurar uma nova fase de cooperação com Moçambique, marcada por parceria estratégica em clima, transição energética, segurança pública e educação.
Em pronunciamento ao lado do presidente moçambicano, Daniel Chapo, Lula classificou a viagem como “o recomeço de uma história que nunca deveria ter parado de acontecer”.
Lula lembrou que os dois líderes se encontraram recentemente na Cúpula de Belém, durante a COP30, onde Moçambique apoiou iniciativas brasileiras, incluindo o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).
Segundo o presidente brasileiro, isso reforçou a convergência entre os dois países diante dos desafios climáticos globais. “Moçambique é um dos vinte países mais vulneráveis aos impactos da mudança do clima”, destacou, defendendo a necessidade de ações conjuntas e contínuas.
Entre as áreas prioritárias anunciadas por Lula está a proteção de biomas florestais. O presidente propôs a ampliação do intercâmbio técnico sobre manejo do fogo e uso sustentável dos recursos naturais, citando a preservação do ecossistema da Floresta do Miombo como um dos objetivos centrais.
Transição energética
Na mesma linha, a transição energética foi apontada como um eixo essencial da cooperação. Lula afirmou que o Brasil está preparado para auxiliar Moçambique na produção de biocombustíveis, “aliando geração de empregos e redução da dependência de combustíveis fósseis”.
Outro ponto sensível da agenda é o combate ao crime organizado. Lula ressaltou o trabalho de inteligência desenvolvido pelo governo brasileiro e colocou a Polícia Federal (PF) à disposição de Moçambique para compartilhar técnicas de rastreamento de ativos ilícitos e enfrentamento à lavagem de dinheiro.
“O crime organizado é um desafio que ameaça nossas sociedades”, alertou.
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No campo cultural e educacional, Lula defendeu que a aproximação entre os países vá além dos governos.
O presidente quer ampliar a mobilidade estudantil, incentivar parcerias diretas entre universidades e centros de pesquisa e fortalecer iniciativas de promoção conjunta da língua portuguesa, incluindo projetos audiovisuais e literários.
“A educação e a cultura são as melhores ferramentas para cultivar nossos laços”, afirmou o presidente Lula.

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